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CRÍTICA RESTAURANTE
Vitrô serve menu curto, mas variado
Casa passa a abrir à noite com pratos à la carte bem torneados e cardápio eclético à italiana
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Depois de um bom período
de trabalho em restaurantes
importantes, o chef Fred
Frank havia decidido limitar-se a cozinhar para eventos, o
que fez ao montar a empresa
de "catering" que leva seu
nome sete anos atrás.
Sem deixar de lado a atividade, foi lentamente voltando a atender o público. Primeiro, abrindo, em 2008, um
restaurante para almoços em
serviço de bufê. E, agora também à noite, com pratos à la
carte no Vitrô Restaurante.
O local é o mesmo onde
funcionava a cozinha de seu
bufê e que já tivera a parte da
frente adaptada para ser o
restaurante de almoço. Um
local é envidraçado, com mesas no terraço de entrada e
um balcão de bar ladeando o
salão de dentro.
De dia, é um espaço luminoso e informal. Agora,
abrindo para o jantar, ganha
à noite um ar mais sóbrio e
intimista, no qual são servidos pratos à la carte no geral
bem torneados pelas mãos
experientes do chef-proprietário e de sua equipe.
O cardápio que no dia a dia
é executado pelo chef Pedro
Severino, 42 (eles se conheceram em 1993, trabalhando
no extinto Roanne), é bem
curto, mas também bem variado, talvez reflexo da formação do chef.
Frank, 38, trabalhou seis
anos com Emmanuel Bassoleil no Roanne, fazendo um
intervalo de dois anos em Nova York no restaurante CT, de
Claude Troisgros. Também
estagiou ou trabalhou em
Londres, Paris e Munique.
Em 2001, foi chef do Le Tan
Tan (em São Paulo) por dois
anos; em 2003, foi para o
Canvas, do hotel Hilton, onde conheceu sua atual sócia,
a empresária Mariana Fragoso Casarini, 31, com quem
montou o Fred Frank Gastronomia e hoje mantém o Vitrô.
ECLETISMO À ITALIANA
Dessa trajetória vem a cara
do atual restaurante, com
menu eclético pendendo para o italiano. Como petiscos e
tapas, há desde o gostoso
muffin de mandioquinha
com paio ao curioso fish cake
de namorado com maionese
de moqueca.
Nas entradas, há o jeito italiano do nhoque romano (de
semolina, na chapa), com
creme de parmesão (um tanto grosso) e linguiça de javali, e da polenta com cogumelos. Mas há também a fusão
franco-brasileira do steak
tartar com guarnição de
mandioca, mandioquinha e
batata-doce.
Entre os apenas 12 pratos
principais, há a pescada
amarela com fricassé de legumes e mostarda de Dijon, e
massas como paglia e fieno
com lula, pesto de rúcula e
castanha-do-Pará.
Também a deliciosa fraldinha no vinho com gratin cremoso de batata (a guarnição
desaponta: nem cremosa
nem gratinada).
Outra carne é o pernil de
cordeiro assado por seis horas com ragu de grão-de-bico
e curry, reafirmando uma opção do chef por levar ao fogo
lento as carnes traseiras (como o pernil de vitela do almoço) e não as dianteiras, mais
saborosas e de melhor textura para isso.
Como sobremesa, há a famosa degustação de brownies do chef (amêndoa, pistache, laranja e café) e um bom
pudim de tapioca com sorvete de nata e tuille de castanha
de caju.
josimar@basilico.com.br
VITRÔ RESTAURANTE
ENDEREÇO av. Juriti, 429, Moema,
tel. 0/xx/11/5051-6833
FUNCIONAMENTO de terça a sexta,
das 12h às 15h e das 19h às 23h;
sábado, das 12h às 16h e das 19h
às 23h; domingo, das 12h às 16h
AMBIENTE mesas no terraço e
atmosfera mais formal no jantar
SERVIÇO atencioso, não muito
exigido por enquanto
VINHOS carta breve, mas variada;
tem vinhos top, caros, da América
Latina, mas não europeus
CARTÕES D, M e V
ESTACIONAMENTO R$ 13
PREÇOS couvert, R$ 12; entradas,
de R$ 22 a R$ 28; pratos
principais, de R$ 29 a R$ 42;
sobremesas, de R$ 12 a R$ 15
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