São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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CRÍTICA RESTAURANTE

Vitrô serve menu curto, mas variado

Casa passa a abrir à noite com pratos à la carte bem torneados e cardápio eclético à italiana

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Depois de um bom período de trabalho em restaurantes importantes, o chef Fred Frank havia decidido limitar-se a cozinhar para eventos, o que fez ao montar a empresa de "catering" que leva seu nome sete anos atrás.
Sem deixar de lado a atividade, foi lentamente voltando a atender o público. Primeiro, abrindo, em 2008, um restaurante para almoços em serviço de bufê. E, agora também à noite, com pratos à la carte no Vitrô Restaurante.
O local é o mesmo onde funcionava a cozinha de seu bufê e que já tivera a parte da frente adaptada para ser o restaurante de almoço. Um local é envidraçado, com mesas no terraço de entrada e um balcão de bar ladeando o salão de dentro.
De dia, é um espaço luminoso e informal. Agora, abrindo para o jantar, ganha à noite um ar mais sóbrio e intimista, no qual são servidos pratos à la carte no geral bem torneados pelas mãos experientes do chef-proprietário e de sua equipe.
O cardápio que no dia a dia é executado pelo chef Pedro Severino, 42 (eles se conheceram em 1993, trabalhando no extinto Roanne), é bem curto, mas também bem variado, talvez reflexo da formação do chef.
Frank, 38, trabalhou seis anos com Emmanuel Bassoleil no Roanne, fazendo um intervalo de dois anos em Nova York no restaurante CT, de Claude Troisgros. Também estagiou ou trabalhou em Londres, Paris e Munique.
Em 2001, foi chef do Le Tan Tan (em São Paulo) por dois anos; em 2003, foi para o Canvas, do hotel Hilton, onde conheceu sua atual sócia, a empresária Mariana Fragoso Casarini, 31, com quem montou o Fred Frank Gastronomia e hoje mantém o Vitrô.

ECLETISMO À ITALIANA
Dessa trajetória vem a cara do atual restaurante, com menu eclético pendendo para o italiano. Como petiscos e tapas, há desde o gostoso muffin de mandioquinha com paio ao curioso fish cake de namorado com maionese de moqueca.
Nas entradas, há o jeito italiano do nhoque romano (de semolina, na chapa), com creme de parmesão (um tanto grosso) e linguiça de javali, e da polenta com cogumelos. Mas há também a fusão franco-brasileira do steak tartar com guarnição de mandioca, mandioquinha e batata-doce.
Entre os apenas 12 pratos principais, há a pescada amarela com fricassé de legumes e mostarda de Dijon, e massas como paglia e fieno com lula, pesto de rúcula e castanha-do-Pará.
Também a deliciosa fraldinha no vinho com gratin cremoso de batata (a guarnição desaponta: nem cremosa nem gratinada).
Outra carne é o pernil de cordeiro assado por seis horas com ragu de grão-de-bico e curry, reafirmando uma opção do chef por levar ao fogo lento as carnes traseiras (como o pernil de vitela do almoço) e não as dianteiras, mais saborosas e de melhor textura para isso.
Como sobremesa, há a famosa degustação de brownies do chef (amêndoa, pistache, laranja e café) e um bom pudim de tapioca com sorvete de nata e tuille de castanha de caju.

josimar@basilico.com.br

VITRÔ RESTAURANTE  
ENDEREÇO av. Juriti, 429, Moema, tel. 0/xx/11/5051-6833
FUNCIONAMENTO de terça a sexta, das 12h às 15h e das 19h às 23h; sábado, das 12h às 16h e das 19h às 23h; domingo, das 12h às 16h
AMBIENTE mesas no terraço e atmosfera mais formal no jantar
SERVIÇO atencioso, não muito exigido por enquanto
VINHOS carta breve, mas variada; tem vinhos top, caros, da América Latina, mas não europeus
CARTÕES D, M e V
ESTACIONAMENTO R$ 13
PREÇOS couvert, R$ 12; entradas, de R$ 22 a R$ 28; pratos principais, de R$ 29 a R$ 42; sobremesas, de R$ 12 a R$ 15


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