São Paulo, sábado, 5 de setembro de 1998

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Cacilda é mito do palco

da Reportagem Local

Décio de Almeida Prado escreveu em 1969, em "O Estado de S. Paulo", sobre a morte de Cacilda Becker "em plena glória": "Aos poucos, a presença física se irá dissipando, para restar o que deixam os grandes atores: a lembrança, fixada para a posteridade, de alguns momentos de beleza".
Errou, uma vez, o maior crítico do país. Cacilda, que nasceu em 6 de abril de 1921 e morreu em 14 de junho de 69, aos 48, tornou-se mito no teatro brasileiro.
Acumula biografias: "Uma Atriz: Cacilda Becker" (Perspectiva); "Cacilda Becker, O Teatro e Suas Chamas" (Arte Ciência); e, ainda a ser lançada, "Cacilda Becker, Fúria Santa".
Seus poucos registros em filme, como "Floradas na Serra", ou vídeo, como "Inês de Castro", recebem de tempos em tempos exibições reverentes na TV.
Das atuações no palco, são testemunhas as críticas de Almeida Prado, editadas em livro, e as fotos de Fredi Kleeman -como a imagem de Margarida Gauthier em "A Dama das Camélias".
Cacilda foi Brízida em "Auto da Barca do Inferno (43), Kitty Duval em "Nick Bar" (49), Maria Stuart em "Maria Stuart" (55 e 58), Maggie em "Gata em Teto de Zinco Quente" (56), Cleópatra em "César e Cleópatra" (63), Estragon em "Esperando Godot" (69).
No teatro, atores, diretores e críticos têm sempre uma história a contar. Como Marília Pêra, que viu Cacilda Becker sendo carregada por Flávio Rangel, a "mãozinha" batendo nas cadeiras do teatro, já no coma que a levaria à morte.
No dia de sua morte, um texto foi lido em todos os teatros de São Paulo, antes das apresentações, dizendo: "Morreu Cacilda Becker... a maior atriz brasileira... a mais sensível das mulheres". (NELSON DE SÁ)



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