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Cacilda é mito do palco
da Reportagem Local
Décio de Almeida Prado
escreveu em 1969, em "O
Estado de S. Paulo", sobre a
morte de Cacilda Becker
"em plena glória": "Aos
poucos, a presença física se
irá dissipando, para restar o
que deixam os grandes atores: a lembrança, fixada para a posteridade, de alguns
momentos de beleza".
Errou, uma vez, o maior
crítico do país. Cacilda, que
nasceu em 6 de abril de 1921
e morreu em 14 de junho de
69, aos 48, tornou-se mito
no teatro brasileiro.
Acumula biografias:
"Uma Atriz: Cacilda Becker" (Perspectiva); "Cacilda
Becker, O Teatro e Suas
Chamas" (Arte Ciência); e,
ainda a ser lançada, "Cacilda Becker, Fúria Santa".
Seus poucos registros em
filme, como "Floradas na
Serra", ou vídeo, como
"Inês de Castro", recebem
de tempos em tempos exibições reverentes na TV.
Das atuações no palco,
são testemunhas as críticas
de Almeida Prado, editadas
em livro, e as fotos de Fredi
Kleeman -como a imagem
de Margarida Gauthier em
"A Dama das Camélias".
Cacilda foi Brízida em
"Auto da Barca do Inferno
(43), Kitty Duval em "Nick
Bar" (49), Maria Stuart em
"Maria Stuart" (55 e 58),
Maggie em "Gata em Teto
de Zinco Quente" (56),
Cleópatra em "César e Cleópatra" (63), Estragon em
"Esperando Godot" (69).
No teatro, atores, diretores e críticos têm sempre
uma história a contar. Como Marília Pêra, que viu
Cacilda Becker sendo carregada por Flávio Rangel, a
"mãozinha" batendo nas
cadeiras do teatro, já no coma que a levaria à morte.
No dia de sua morte, um
texto foi lido em todos os
teatros de São Paulo, antes
das apresentações, dizendo:
"Morreu Cacilda Becker... a
maior atriz brasileira... a
mais sensível das mulheres".
(NELSON DE SÁ)
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