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CINEMA/ESTRÉIA
"A HORA DO RUSH 2"
Sequência mantém fórmula de coreografias de luta feitas pelo ator; continuação deve ser no Brasil
"Sou o efeito especial do filme", diz Chan
MILLY LACOMBE
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
Com coreografias de luta sempre por ele imaginadas, o chinês
Jackie Chan escreveu seu nome
em Hollywood. Aos 47 anos, sem
dar sinais de que suas voadoras
estejam perdendo altura, encontrou em "A Hora do Rush" a fórmula para vencer no cinema americano sem precisar falar inglês.
Mas a falta de eloquência sai de
cena quando entra a cadenciada
pancadaria, fazendo de "A Hora
do Rush 2" um filme repleto de
acrobacias, com diálogos curtos e
cuja trama central não sobreviveria sem os movimentos de Chan.
O sucesso dessa equação fez dele e de Chris Tucker estrelas de
primeira grandeza. "Quando lançamos "A Hora do Rush", executivos de Hollywood apostavam alto
em nosso fracasso. Para eles, um
filme no qual os protagonistas
eram um chinês que não falava inglês e um negro que não sabia lutar jamais encontraria público."
Chan foi criado assistindo a filmes de Fred Astaire e se considera
um dançarino de luta. Hoje, ele é
um dos poucos que ousam virar
as costas para os efeitos especiais.
"Eu sou o efeito especial de meus
filmes e, quando estiver velho demais para fazer o que sei, encontrarei um pupilo que siga meus
passos, da mesma forma que segui os passos de Bruce Lee", diz.
Para provar que seus golpes ainda são precisos, ele deu uma pirueta e subiu em cima da mesa.
"Que tal? Isso para mim é como
respirar, é minha vida. As cenas
de ação hoje em dia são falsas,
sempre cortadas, editadas, cheias
de imagens computadorizadas.
Eu não edito minhas cenas", explica Chan, que não usa dublê.
Já o americano Tucker gaba-se
por não conseguir fazer nada daquilo que Chan coreografa para
ele. "Estou bem fora dessa encrenca. Esse chinês é completamente maluco, quebra um osso
por dia. Quando a cena fica muito
complicada, vou para o meu trailer tomar um refrigerante e deixo
o dublê trabalhar um pouco."
A maluquice de Chan, para Tucker, foi o que o levou a incluir uma
cena na qual os dois protagonistas
correm pelados pelas ruas de
Hong Kong. "Disse para ele tirar
essa parte, porque, pelado, só minha mãe e minhas namoradas me
vêem", afirma Tucker. A cena faz
parte do filme, mas apenas Chan é
flagrado correndo nu; Tucker diz
que estava de sunga.
Com o sucesso de "A Hora do
Rush 2" não é surpresa que o terceiro esteja a caminho. Segundo
Chan, deve ser rodado no Brasil.
"Lá, tanto eu quanto Chris seríamos peixes fora d'água. Isso sem
falar nas mulheres maravilhosas."
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