São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2001

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CINEMA/ESTRÉIA

"A HORA DO RUSH 2"

Sequência mantém fórmula de coreografias de luta feitas pelo ator; continuação deve ser no Brasil

"Sou o efeito especial do filme", diz Chan

MILLY LACOMBE
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Com coreografias de luta sempre por ele imaginadas, o chinês Jackie Chan escreveu seu nome em Hollywood. Aos 47 anos, sem dar sinais de que suas voadoras estejam perdendo altura, encontrou em "A Hora do Rush" a fórmula para vencer no cinema americano sem precisar falar inglês.
Mas a falta de eloquência sai de cena quando entra a cadenciada pancadaria, fazendo de "A Hora do Rush 2" um filme repleto de acrobacias, com diálogos curtos e cuja trama central não sobreviveria sem os movimentos de Chan.
O sucesso dessa equação fez dele e de Chris Tucker estrelas de primeira grandeza. "Quando lançamos "A Hora do Rush", executivos de Hollywood apostavam alto em nosso fracasso. Para eles, um filme no qual os protagonistas eram um chinês que não falava inglês e um negro que não sabia lutar jamais encontraria público."
Chan foi criado assistindo a filmes de Fred Astaire e se considera um dançarino de luta. Hoje, ele é um dos poucos que ousam virar as costas para os efeitos especiais. "Eu sou o efeito especial de meus filmes e, quando estiver velho demais para fazer o que sei, encontrarei um pupilo que siga meus passos, da mesma forma que segui os passos de Bruce Lee", diz.
Para provar que seus golpes ainda são precisos, ele deu uma pirueta e subiu em cima da mesa. "Que tal? Isso para mim é como respirar, é minha vida. As cenas de ação hoje em dia são falsas, sempre cortadas, editadas, cheias de imagens computadorizadas. Eu não edito minhas cenas", explica Chan, que não usa dublê.
Já o americano Tucker gaba-se por não conseguir fazer nada daquilo que Chan coreografa para ele. "Estou bem fora dessa encrenca. Esse chinês é completamente maluco, quebra um osso por dia. Quando a cena fica muito complicada, vou para o meu trailer tomar um refrigerante e deixo o dublê trabalhar um pouco."
A maluquice de Chan, para Tucker, foi o que o levou a incluir uma cena na qual os dois protagonistas correm pelados pelas ruas de Hong Kong. "Disse para ele tirar essa parte, porque, pelado, só minha mãe e minhas namoradas me vêem", afirma Tucker. A cena faz parte do filme, mas apenas Chan é flagrado correndo nu; Tucker diz que estava de sunga.
Com o sucesso de "A Hora do Rush 2" não é surpresa que o terceiro esteja a caminho. Segundo Chan, deve ser rodado no Brasil. "Lá, tanto eu quanto Chris seríamos peixes fora d'água. Isso sem falar nas mulheres maravilhosas."


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