|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTRÉIA
"Bis" encena desgaste de uma relação conjugal
PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO
Quis o destino que "Bis",
texto sobre o desgaste de
uma relação conjugal que estréia amanhã no Teatro do
Centro da Terra, reunisse
dois casais "harmônicos" fora dos palcos: Luiz Cabral
(autor) e Beth Lopes (diretora), Clarissa Kiste e Kiko
Bertholini (intérpretes).
A peça, segundo Lopes,
chegou a ser cogitada para a
Mostra de Dramaturgia
Contemporânea, realizada
no Teatro Popular do Sesi.
Terminou por ser tomada
como trabalho final (internamente, fechada ao público
em geral) de Clarissa Kiste,
aluna do curso de artes cênicas da ECA/USP, onde a encenadora é professora.
Psiu e Ei são as personagens da obra de nome igualmente curto. "Acho "Bis" um
texto simples, que consegue
tocar pelas entrelinhas, pelo
espaço que deixa para os ressentimentos, para as coisas
que não aconteceram", afirma Beth Lopes, 46.
Como o título insinua, a
tônica do material dramático tem a ver com repetições,
refluxos. Mágoas e recalques
são remoídos num círculo
vicioso e tedioso.
"Trata-se de um argumento moderno, de as coisas se
repetirem. É o trabalho com
o tempo, com as coisas que
voltam, de um jeito diferente. Elas parecem iguais, mas
voltam diferentes."
Tais características avultam como estímulos a Lopes, cujas criações com
constância bebem elementos na fonte do teatro físico.
"Tentei passar essa recorrência das palavras, dos gestos, das incompreensões
mútuas nos corpos dos atores, de uma maneira quase
compulsiva." Lú Carion faz a
sua preparação corporal.
Assina a trilha sonora
Marcelo Pellegrini ("Cacilda!"). Dudu Bertholini criou
os figurinos. Projeções de vídeos, de Dácio Pinheiro,
complementam a receita.
A encenadora tem como
projeto para 2003 a encenação, com a cia. La Mínima,
de uma peça que o cartunista Laerte está escrevendo,
baseada nas tiras "Piratas do
Tietê", no Sesi.
BIS. Texto: Luiz Cabral. Direção:
Beth Lopes. Com: Clarissa Kiste e
Kiko Bertholini. Onde: Teatro do
Centro da Terra (r. Piracuama, 19,
tel. 3675-1595). Quando: sex. e
sáb., às 21h, e dom., às 20h; até 2/
2. 50 min. Quanto: R$ 20.
Texto Anterior: Teatro: "Pano de Roda" conclui gira em São Paulo Próximo Texto: "Apocalipse 1,11": Vertigem nos livra do medo do outro Índice
|