São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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ESTRÉIA

"Bis" encena desgaste de uma relação conjugal

PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO

Quis o destino que "Bis", texto sobre o desgaste de uma relação conjugal que estréia amanhã no Teatro do Centro da Terra, reunisse dois casais "harmônicos" fora dos palcos: Luiz Cabral (autor) e Beth Lopes (diretora), Clarissa Kiste e Kiko Bertholini (intérpretes).
A peça, segundo Lopes, chegou a ser cogitada para a Mostra de Dramaturgia Contemporânea, realizada no Teatro Popular do Sesi. Terminou por ser tomada como trabalho final (internamente, fechada ao público em geral) de Clarissa Kiste, aluna do curso de artes cênicas da ECA/USP, onde a encenadora é professora.
Psiu e Ei são as personagens da obra de nome igualmente curto. "Acho "Bis" um texto simples, que consegue tocar pelas entrelinhas, pelo espaço que deixa para os ressentimentos, para as coisas que não aconteceram", afirma Beth Lopes, 46.
Como o título insinua, a tônica do material dramático tem a ver com repetições, refluxos. Mágoas e recalques são remoídos num círculo vicioso e tedioso.
"Trata-se de um argumento moderno, de as coisas se repetirem. É o trabalho com o tempo, com as coisas que voltam, de um jeito diferente. Elas parecem iguais, mas voltam diferentes."
Tais características avultam como estímulos a Lopes, cujas criações com constância bebem elementos na fonte do teatro físico.
"Tentei passar essa recorrência das palavras, dos gestos, das incompreensões mútuas nos corpos dos atores, de uma maneira quase compulsiva." Lú Carion faz a sua preparação corporal.
Assina a trilha sonora Marcelo Pellegrini ("Cacilda!"). Dudu Bertholini criou os figurinos. Projeções de vídeos, de Dácio Pinheiro, complementam a receita.
A encenadora tem como projeto para 2003 a encenação, com a cia. La Mínima, de uma peça que o cartunista Laerte está escrevendo, baseada nas tiras "Piratas do Tietê", no Sesi.


BIS. Texto: Luiz Cabral. Direção: Beth Lopes. Com: Clarissa Kiste e Kiko Bertholini. Onde: Teatro do Centro da Terra (r. Piracuama, 19, tel. 3675-1595). Quando: sex. e sáb., às 21h, e dom., às 20h; até 2/ 2. 50 min. Quanto: R$ 20.


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