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RELÂMPAGOS
Folia no
limbo
JOÃO GILBERTO NOLL
Não havia explicação para
o quadro súbito. Seus pés na
bacia d'água, um quarto talvez de hotel, o banco com assento de palha... E, claro, o
pendor para as coisas se conservarem assim. Ele tentou
falar com o desenho de uma
opulenta mulher negra que
jazia misteriosamente sobre
a mesa. Saiu-lhe um idioma
áspero, inacessível até para
ele, brutal. Tentou se masturbar, fazer a vida andar.
Nada... Esfregou as mãos,
abriu a porta. Um gigantesco galpão, como se um estúdio de gravações. No chão,
um adereço prateado refletia
um homem loiro que ele não
reconheceu...
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