|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Everclear faz bom rock grunge
MARCELO NEGROMONTE
free-lance para a Folha
O iceberg onde o titanic Nirvana
- e depois o Soundgarden-bateu e afundou vez ou outra é esbarrado por outras bandas, e não é
inadvertidamente. É o caso do
Everclear, em que as crostas de gelo grunge continuam lá, como que
fossilizadas, se isso é possível.
Depois de "Sparkle and Fade"
(95), álbum que vendeu mais de
1,5 milhão de cópias, ajudou a Capitol Records a sair do buraco (e
Radiohead, em 97, consolidou
seus lucros) e foi considerado um
pós-"Nevermind" (91), o Everclear lança "So Much for the Afterglow", que se não é lá muito original, é um bom disco de rock, com
muito barulho e letras desconcertantes.
Oriunda de Portland, Oregon, a
meio caminho de Seattle e Santa
Monica (Califórnia), a banda faz
um som idem. As letras são inegáveis crônicas da vida de Art Alexankis, que dividiu sua existência
entre estúdios e clínicas de recuperação de drogados.
A faixa-título, um dos pontos altos dos disco, mescla as palmas
surf music com guitarras grunge.
"Father of Mine" traz as agruras
que Alexankis passou com seu pai,
quase justifica a submersão de
Alexankis na cocaína e heroína. É
de chorar de tão sincera.
Nirvana está presente nesse disco desde a mixagem (feita por
Andy Wallace, que já trabalhou
com a banda) até os baixos de
"Everything to Everyone" (cópia
deslavada de "Smells Like Teen
Spirit") e da instrumental "El Disorto del Melodica" (tão igual ao
de "Aneurism" que é possível ver
Kurt Cobain cuspindo nas lentes
da Globo enquanto a música era
executada durante o Hollywood
Rock de 93).
Apesar da trombada nirvânica, o
Everclear não aderna nesse disco.
Disco: So Much for the Afterglow
Banda: Everclear
Lançamento: EMI/Capitol
Quanto: R$ 18, em média
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|