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Filme de Sylvio Back traz encontro fictício
especial para a Folha
Livre das verdades absolutas, o
cineasta Sylvio Back diz que seu filme, "Lost Zweig", está comprometido apenas com o imaginário.
Escrito em parceria com o roteirista e produtor irlandês Nicholas
O'Neill, o roteiro de "Lost Zweig"
centraliza a ação na última semana
de vida do escritor.
"A história começa no domingo
de Carnaval", diz o cineasta, que
há quase dez anos comprou os direitos do livro "Morte no Paraíso",
de Alberto Dines, para transformá-lo em fonte de referência.
"Trata-se do livro mais denso e
criterioso sobre a vida de Zweig",
diz Back, que criou sua ficção cinematográfica após uma pesquisa de
quase 20 anos.
"Sou um artista, não me prendo
ao rigor jornalístico. Achei pertinente juntar dois gringos, Zweig e
Orson Welles, que amaram perdidamente o Brasil, mas nunca se encontraram."
Segundo Back, o Carnaval brasileiro dos anos 40 será mostrado
pela primeira vez no cinema brasileiro por meio de seu filme.
Para reconstituir os ambientes
de 1942, Sylvio Back convidou a
carnavalesca Rosa Magalhães, da
escola de samba Imperatriz Leopoldinense.
Orçado em R$ 3 milhões, "Lost
Zweig" será patrocinado pelo Banespa e pela TV Cultura.
Por enfocar personagens cosmopolitas, que se comunicavam em
línguas estrangeiras, o filme de
Sylvio Back será todo falado em inglês.
"Os atores brasileiros falarão o
inglês possível à habilidade deles",
explica Back, que pretende incluir
três atores estrangeiros, ainda não
confirmados, num elenco predominantemente brasileiro.
Filho de um judeu húngaro que
se suicidou, Back não conviveu
com o pai, que se separou de sua
mãe quando ele tinha um ano de
idade. No entanto, o mistério do
suicídio sempre o intrigou.
"O suicídio é um gesto insondável, é como um vírus, nasce com a
pessoa. Zweig chegou a convidar
sua primeira mulher, Friderike
Maria von Winternitz, para se suicidar junto com ele. Ela não concordou e ele acabou desistindo."
Explorando as sugestões e sem se
fixar em qualquer vertente, Back
diz que pretende, apenas, deixar o
espectador atônito.
(AFP)
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