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CINEMA/ESTRÉIAS
"PROVA DE VIDA"
O diretor Taylor Hackford fala à Folha sobre o filme e o famoso bastidor do caso entre Crowe e Ryan
Romance entre estrelas ajuda bilheteria
DA REPORTAGEM LOCAL
De um artigo da revista americana "Vanity Fair", sobre a alarmante indústria do sequestro em
países pobres, nasceu "Prova de
Vida", thriller hollywoodiano que
estréia hoje no Brasil e foi filmado
em uma selva do Equador.
O diretor Taylor Hackford (do
filme "O Advogado do Diabo") levou apenas um ano entre ler o artigo e estrear nos EUA essa produção, que pegou fama nos bastidores por causa do romance entre
a atriz Meg Ryan e a estrela Russell Crowe, de "Gladiador".
Em uma passagem pelo Brasil
em março, para divulgar o filme,
Taylor Hackford conversou com
a Folha sobre o filme, sobre sequestros e sobre o casal.
(LR)
Folha - Como foi filmar em uma
selva equatoriana, uma vez que
Hollywood não costuma arriscar
empreitadas como essa?
Taylor Hackford - É verdade.
Hollywood nunca tenta o incerto.
Eles sempre repetem algo que já
fizeram antes. Para uma situação
como essa, eles costumam filmar
no México ou na Venezuela. Insisti no Equador porque queria
estar perto dos Andes para fazer
algo diferente do padrão. E a Venezuela, no período de filmagem,
tinha previsão de péssimo tempo.
Folha - Como astros do nível de
Russell Crowe e Meg Ryan reagiram a essa sua filosofia de filmar
em uma floresta na América do Sul,
cenário pouco familiar às estrelas?
Hackford - Normal. Eles sabiam
que iriam para lá quando assinaram o contrato. Expliquei que o
filme trata de uma realidade difícil, de ser levado para lugares difíceis. Com eles, não tive problemas. Difíceis eram os agentes...
Folha - Como foi seu trabalho de
pesquisa para o filme, as conversas
com sequestrados e suas famílias...
Hackford - Ele durou seis meses.
Não foi difícil achar sequestrados
e famílias. Quem passa por uma
experiência extrema como essa fica sem entender a mecânica de tudo, porque está encarcerado. Aí,
pessoas sequestradas começam a
procurar umas às outras.
Folha - E com negociadores? Você
conversou com eles?
Hackford - Sim, em Londres, que
é onde existem organizações secretas treinadas para cuidar apenas de sequestros internacionais.
São agentes que vêm da polícia ou
do Exército. Cansados de ganhar
pouco nesses postos, eles passam
a trabalhar para uma elite dentro
de companhias de seguros.
Folha - Russell Crowe e Meg Ryan
iniciaram um romance atrás das câmeras, durante as filmagens. Foi
difícil administrar isso?
Hackford - Não. Eles foram muito discretos. Demorei para saber
que eles estavam namorando.
Trabalhávamos muito duro durante o dia. À noite, eu não queria
saber onde os atores iam.
Folha - Você acha que esse namoro fez crescer a bilheteria do filme?
Hackford - Acho que ajudou. Se
esse romance levou as pessoas ao
cinema para ver meu filme, por
mim, tudo bem.
Folha - Houve alguma mudança
na direção da trama de algum modo, por causa do romance? Havia
uma clara tensão entre os dois na
trama que não acabou bem resolvida.
Hackford - Digamos que, na hora
da edição, eu acabei privilegiando
algumas cenas em detrimento de
outras.
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