São Paulo, segunda, 6 de abril de 1998

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REINAUGURAÇÃO
Londrina reabre local de exposição de arte

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

A cidade de Londrina (PR) reinaugurou recentemente o seu museu de arte com a exposição de 45 obras de consagrados artistas brasileiros, como Carybé, Juarez Machado e Zélio Alves Pinto, entre outros. As obras do acervo do museu, doadas pelos artistas, colocam Londrina no cenário nacional das artes plásticas.
Inaugurado em maio de 1993 com uma mostra que teve como principal atração a escultura "Eterna Primavera", de Auguste Rodin (1840-1917), o Museu de Arte de Londrina não possuía estrutura para funcionar como tal.
Há uma ano, um grupo liderado pela marchand Ana Maria Barreto e pelo médico e colecionador Axel Werner Hulsmeyer criou a Samalon (Sociedade Amigos do Museu de Arte de Londrina).
A Samalon, presidida por Ulsmeyer, conseguiu as doações de 39 pinturas e nove esculturas e recursos necessários para a readequação do prédio da antiga rodoviária da cidade.
Segundo Hulsmeyer, os gastos maiores foram no sistema de iluminação, na instalação de um sistema de ar-condicionado central e em dispositivos de segurança.
"Hoje o nosso museu está entre os melhores do país, não só pelo aspecto físico como pela qualidade do acervo" afirma Hulsmeyer.
Villanova Artigas

O prédio do museu já é em si uma obra de arte. Idealizado e construído pelo arquiteto João Batista Villanova Artigas entre os anos de 1948 e 1951 foi o primeiro prédio modernista a ser tombado pelo Patrimônio Histórico do Paraná, em 1974.
Villanova Artigas, que morreu em 1985, era discípulo do arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright e acreditava que a arquitetura era uma arte que somava soluções técnicas nas construções, com soluções plásticas.
A construção do prédio da antiga rodoviária baseada em formas geométricas de concreto sustentadas por finas estruturas faz parte do folclore da cidade,
Na época da inauguração, em 1952, Artigas chegou a enviar fotos do prédio para seus críticos, para provar que sua obra não desabara, como sustentavam os incrédulos.
Villanova Artigas ficou conhecido nacionalmente com obras como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e os estádios do Morumbi e da Lusa.
Além do prédio do atual museu, em Londrina, o edifício Autolon (o primeiro da cidade) e o Cine Teatro Ouro Verde também levam a assinatura do arquiteto.
Na reinauguração do Museu de Arte de Londrina, os filhos de Artigas, Júlio e Rosa Camargo Artigas, lançaram o livro "Villanova Artigas" com artigos e propostas arquitetônicas do pai.



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