São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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TELEVISÃO

Altos salários terminam com a série que chegou à décima temporada e estava entre as dez mais assistidas dos EUA

Fim de "Friends" quer arrecadar US$ 100 mi

Fred Prouser/Reuters
Cartaz na Califórnia anuncia o capítulo final de "Friends", dando adeus ao elenco do seriado


DA REDAÇÃO

Tudo começou com uma sucessão de fracassos no formato de comédias de situação. Até que uma idéia sobre um grupo de amigos na idade dos 20 e tantos anos e um contrato para fazer apenas seis episódios fez tanto sucesso que chegou aos dez anos de duração.
Quase desconhecidos no princípio, os atores escolhidos para estrelar "Friends" não quiseram abandonar seus projetos anteriores por não saber se a série iria emplacar. Hoje em dia, o sucesso do seriado determina a assinatura dos contratos. O capítulo de hoje nos EUA marca o final de um dos dez seriados de maior audiência da TV paga desde "Seinfeld". E o sexteto termina sofrendo dos mesmos males que seu antecessor: o alto cachê de suas estrelas.
Com salário de US$ 1 milhão por episódio para cada ator -no início eram US$ 750 mil-, o custo de "Friends" se tornou alto demais (US$ 18 milhões ao ano só em salário para cada integrante) para a sua produtora.
Mas, mesmo no derradeiro capítulo, a NBC quer faturar. A emissora espera alcançar, na noite especial de "Friends", US$ 100 milhões. Isso porque cada inserção comercial de 30 segundos está custando US$ 2 milhões (cerca de R$ 6 milhões). Apenas US$ 300 mil a menos do que o valor pago no último Super Bowl, em fevereiro, é o mais alto valor pago para programas de entretenimento nos EUA -em segundo vem o último episódio de "Seinfeld", em 1998, que cobrou US$ 1,7 milhão.
Depois da separação final, o elenco vai estar no programa de Jay Leno, que será apresentado no cenário da cafeteria Central Perk.
A estratégia da concorrência vai ter um tom esquisito. A TV Land -propriedade da Viacom- vai exibir hoje um programa com seis pessoas sentadas em frente a uma televisão, que periodicamente vão virar para a câmera e dizer: "Estamos assistindo a "Friends", e você também deveria estar". Larry Jones, o presidente da empresa, disse ao jornal "The New York Times" ser "sincero" quando espera que as pessoas não percam o último "Friends". "É uma oportunidade de tirar vantagem de algo que é histórico na TV." A emissora tinha feito um programa similar durante o final de "Seinfeld", quando exibiu uma hora com os escritórios de portas fechadas.
Exibido em mais de cem países -fato só superado por "Os Simpsons"-, o programa, criado por David Crane e Marta Kauffman, se celebrizou por não dar nome a nenhum episódio, mas desde o quinto ano apresentava cansaços.
Contudo, se na TV o convívio do sexteto chega ao fim, os subprodutos da série garantem sua longevidade. No dia 25, sai em DVD no Brasil a quinta temporada ao preço médio de R$ 100 (os EUA acabam de lançar a sétima).
(LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)


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