São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Eventos apresentam país recente à Inglaterra

FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE LONDRES

Uma série de shows de 20 minutos de Otto. Desfiles de moda com modelos e estilistas brasileiros nas escadas rolantes da loja. Vitrines com trabalhos dos irmãos Campana. Um estacionamento transformado em cinema, decorado para dar um clima de favela ao lugar.
Dessa maneira, a Selfridges embala a programação cultural do Brasil 40 e promete trazer à Inglaterra um pouco do que o país vêm produzindo ultimamente. "Existe uma criatividade incrível no Brasil. Estive por lá recentemente e percebi um ar de mudança, uma energia incrível no mundo da moda, no design, nos esportes e, principalmente, nas pessoas", diz a diretora de criação do Brasil 40 , Susanne Tide-Frater.
Para provar isso, a rede de departamentos transformou espaços de suas lojas em Londres, Manchester e Birmingham em palcos para shows, desfiles de moda, exibições e até uma pequena feira hippie.
Paralelamente, a embaixada brasileira em Londres organizou o festival Brasil May Fair, uma série de programas culturais que também acontecem durante maio -alguns até mais interessantes do que os agendados pela loja inglesa. É assim que o pintor Candido Portinari tem a primeira exibição de seus trabalhos no exterior após a sua morte, em 1963. A mostra, intitulada "Portinari e a Criança Brasileira", fica em cartaz até 30 de maio, na galeria 32.
Na programação musical, a Selfridges, por motivos contratuais, teve de se limitar aos artistas da gravadora Trama, como Jair Oliveira e Wilson Simoninha, e não conseguiu trazer outros destaques da nova geração da música brasileira.
Já o Brasil May Fair convidou a cantora Elza Soares (dia 15, no Jazz Café), o multiinstrumentista Hermeto Pascoal (dia 9, no Barbican) e programou um concerto de música clássica, com uma orquestra britânica tocando composições de Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos (dia 11, no Queen Elizabeth Hall).

Cinema
E, se o cinema brasileiro nunca teve um festival próprio na Inglaterra, essa falha é compensada com dois de uma só vez. Brasil 40 celebra a boa fase do cinema nacional com cerca de 20 filmes, escolhidos por Isabel Diegues, produtora e filha do diretor Cacá Diegues. A seleção inclui "A Ostra e o Vento" e "O Auto da Compadecida". Já o Brasil May Fair promove o Brazilian Film Festival, com a estréia em solo britânico de longas como "O Homem que Copiava", de Jorge Furtado, e "Amarelo Manga", de Cláudio Assis.
No total, são mais de cem eventos brasileiros, de workshops de capoeira e percussão, passando por degustação de pratos típicos a um festival de cachaça. "O interessante disso tudo é a interação que estamos provocando", opina Bia Lessa. "É uma excelente oportunidade para o estrangeiro entender melhor a mistura que é o Brasil." (JZ)


Texto Anterior: Festival: Brasil 40 leva Cristo Redentor a Londres
Próximo Texto: Cinema - "De Passagem": Nova geração se firma e busca unidade com devoção à sétima arte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.