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Zé Celso diz que peças ainda são comerciais
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da Agência Folha, em Salvador
Considerado um dos maiores diretores do teatro brasileiro, José
Celso Martinez Corrêa, 61, elogia
o teatro baiano, mas acredita que
suas produções estão presas à "linha comercial".
"O teatro baiano é muito bom e
apresenta uma forma de humor
especial, mas precisa investir mais
em sua função política e social",
diz Zé Celso.
Segundo o diretor, não basta levar aos palcos os signos da baianidade -como a forma característica de falar e andar-, mas é preciso reunir nos espetáculos os vários
elementos da cultura local.
Candomblé
A comédia com os símbolos da
cultura regional está presente em
grande parte dos espetáculos baianos, especialmente em "Os Cafajestes" e "A Bofetada" -maiores sucessos de público entre as
produções locais nos últimos cinco anos.
"Gosto do teatro tirado da rua,
inventivo e original, como a Bahia
faz, mas o Estado tem elementos
culturais valiosos, que precisam
ser popularizados, como ocorre
com o candomblé e o Carnaval",
afirma o diretor.
"Zumbi"
José Celso diz que o Estado já
produz algumas peças mais "densas", com enredos que representam bem as tradições e a cultura
locais.
Ele cita o espetáculo "Zumbi"
como exemplo da linha que as
produções devem seguir.
Dirigido pelo baiano Márcio
Meirelles, "Zumbi" conta a história do líder do quilombo dos
Palmares, que dirigiu a resistência
dos negros fugidos do cativeiro no
século 17.
Inicialmente, o espetáculo foi
apresentado no Brasil pelo Bando
de Teatro Olodum.
Depois, "Zumbi" foi montado
em Londres por Márcio Meirelles
e pela diretora do Lift (London International Festival of Theater),
somente com atores negros ingleses.
"A Bahia tende a ter um teatro
tão forte quanto sua música. É
preciso juntar seus elementos culturais em grandes enredos, chamando a atenção de todo o público brasileiro", diz Zé Celso.
(CG)
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