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Romance relembra
Belém da 2ª Guerra
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
Base para abastecimento da frota
aérea norte-americana durante a
Segunda Guerra Mundial, a cidade
de Belém (PA) viu seu cotidiano
mudar completamente nos anos
do conflito.
Interessado nessa história pouco
conhecida, o escritor belenense
Amaury Braga Dantas, 39, decidiu
contar no romance "Anjos da Escuridão" um pouco dela.
Em 1995, Dantas começou a coletar material em livros, revistas e
jornais das décadas de 30 e 40. O
escritor também ouviu depoimentos de mais de 20 pessoas que viviam em Belém na ocasião.
"Pensei em falar da época da
borracha, mas acabei achando que
os acontecimentos da Segunda
Guerra ainda eram pouco explorados", disse o escritor.
"Anjos da Escuridão" conta a
história de três amigos adolescentes -um paraense do interior, um
filho de comerciante rico e um filho de imigrante italiano. Por
meio desses personagens, Dantas
mostra como a vinda dos norte-americanos influenciou o cotidiano
da cidade.
A capital paraense estava acostumada a receber na pista de seu aeroclube apenas um avião por semana. Com a vinda dos americanos, o número subiu para 300.
Aos poucos, elementos da língua
inglesa foram sendo incorporados
no dia-a-dia. "O engraxate aprendeu a dizer "thank you' e o americano, a pedir açaí", explica.
A presença dos soldados também acabou trazendo tensão. O
estado de sítio foi decretado na cidade. A partir das 20h, era proibido acender qualquer luz -mesmo
de vela-, e em cada quarteirão
havia um fiscal.
O nome do romance foi dado
por um dos personagens do submundo de Belém, um boêmio que,
bêbado, confundia os fiscais com
seres celestiais. "Na sua loucura,
eles eram os anjos da escuridão",
conta o escritor.
Livro: Anjos da Escuridão
Lançamento: Sagrada Família
Quanto: R$ 25
Como encontrar: pelo telefone (091)
223-8854
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