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ARTES PLÁSTICAS
MIS exibe raridades de Barros
Auto-retrato do artista feito em Santos, quando tinha 26 anos, em 49
CAMILA VIEGAS
da Reportagem Local
A homenagem a Geraldo de Barros que começa hoje, às 20h, no
Museu da Imagem e do Som
(MIS), mostra a parte menos conhecida da obra do artista concretista que morreu, aos 75 anos, em
abril de embolia pulmonar.
Trata-se de 31 fotografias da série "Fotoformas", produzidas
entre 1948 e 1951, dos seis exemplares do jornal bimestral "Rex
Time" - realizado pela Rex Gallery, que fundou em 1966 com
Nelson Leirner, Wesley Duke Lee,
Zé Resende, Frederico Jayme Nasser e Carlos Fajardo - e do design, presente em cartazes e nos
móveis da fábrica Hobjeto.
A exposição é formada por obras
pertencentes ao acervo do MIS.
Barros fez três doações ao museu.
A primeira delas foi no início dos
anos 80, quando doou duas telas
que retratavam os personagens do
seriado "O Gordo e o Magro",
com linguagem da pop art e dos
cartazes publicitários da época.
Durante a década de 70, Barros
tinha como alvo a comunicação de
massas e desenvolveu algumas
dessas pinturas para retomar o
concretismo, desligado da formalidade do movimento, apenas na
década seguinte.
A segunda doação ocorreu em
1989, quando o MIS, que na época
era dirigido pelo arquiteto Ricardo
Ohtake, começou a colecionar
obras gráficas. As fotografias foram incorporadas ao acervo cinco
anos mais tarde.
Para esta exposição, a família do
artista doou dois quadros da fase
em que compunha o espaço com
lâminas de fórmica, na década de
80. Sua última produção, realizada
entre março de 1996 e dezembro
de 1997, retomava a fotografia cujos negativos recortava, sobrepunha, desenhava com ponta seca e
nanquim e transfigurava o caráter
documental da técnica. Mas essas
fotos só poderão ser vistas em outubro de 1999 no museu Ludwig,
na Alemanha, por causa de um
acordo realizado com a família.
A obra do artista é tão variada e
importante no cenário artístico
nacional que a homenagem poderia ser mais cuidada. A montagem
no primeiro andar do museu está
precária e desvaloriza a nobre intenção da mostra. Há grandes espaços vazios que poderiam dar espaço a obras de outros colecionadores, como as pinturas a óleo ou
os móveis da Hobjeto.
Na época em que o artista doou
as obras ao museu, este era seu espaço cultural preferido. Hoje, o
MIS parece não ser capaz de mostrar sua coleção com dignidade.
Exposição: Geraldo de Barros, uma
Homenagem
Onde: Museu da Imagem e do Som (av.
Europa, 158, 1º andar, Jardim Europa, tel.
011/881-4417)
Quando: hoje, às 20h. De terça a domingo,
das 14 às 22 horas. Até 16 de agosto
Quanto: grátis
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