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SHOW
Vusi Mahlasela e Ray Lema são destaques do Philips Music World Festival
Evento apresenta música cosmopolita e "híbrida"
CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Um guitarrista de origem vietnamita, nascido na França, recria
a música de Jimi Hendrix. Um
africano do Gâmbia dedilha seu
kora (instrumento africano de
cordas) ao lado de um baterista
dos Estados Unidos. Encontros
musicais típicos de um mundo
globalizado serão a principal
marca do Philips Music World
Festival, que vai acontecer em setembro em Recife (dia 25/9, no
Marco Zero), em São Paulo (29 e
30/9, no DirecTV Music Hall) e no
Rio de Janeiro (de 29/9 a 1.º/10, na
Marina da Glória).
Artistas de prestígio na cena da
chamada world music, como o
cantor sul-africano Vusi Mahlasela, o pianista Ray Lema (da República do Congo), o cantor Manecas Costa (de Guiné Bissau) e o
músico Foday Musa Suso (Gâmbia), farão parte do elenco, que
também destaca o guitarrista
francês Nguyên Lê, o baterista
Jack DeJohnette e a saxofonista
canadense Jane Bunnett, nomes
de expressão no jazz mundial.
"Não se trata de um festival de
música étnica, nem de música de
raiz", afirma o produtor Toy Lima, mencionando o duo de Musa
Suso, virtuose do kora, com DeJohnette. "Eles não tocam música
africana, mas sim uma música híbrida criada por ambos, que pode
passar até por Gershwin", avisa.
Para o idealizador do Philips
Music World Festival, o músico
que melhor sintetiza o espírito do
evento é Ray Lema. "Ele foi expatriado pela ditadura do antigo
Zaire. Ao se radicar na França, no
início dos anos 80, passou a trabalhar com músicos de diferentes
países, como as Vozes Búlgaras
ou o alemão Joachim Kühn", argumenta.
"Será um festival de música híbrida, criada em diferentes capitais cosmopolitas, como Paris,
Barcelona ou Johannesburgo, que
funcionam como ímãs para os
músicos", explica Lima. "O advento da internet, com o MP3 e a
troca de arquivos, fez com que esses músicos pudessem se conhecer mais facilmente".
Outro destaque do festival é Vusi Mahlasela, cuja canção "When
You Come Back" se tornou hino
da luta contra o apartheid na África do Sul. "Ele tem uma das vozes
mais bonitas do mundo. Canta
como um pássaro", diz Lima, parafraseando a escritora sul-africana Nadine Gordimer.
Mas além do conteúdo marcadamente social presente em algumas atrações, o evento também
terá seu lado dançante, de modo
especial nas apresentações do
cantor Manecas Costa e da banda
cubana Los Jubilados, com o sax
de Jane Bunnett. "O festival faz
parte da comemoração de 80 anos
da Philips no Brasil, empresa que
tem tradição de envolvimento
com a música. Queremos que as
pessoas dancem e se divirtam",
diz o produtor.
A abertura do evento, que acontecerá ao ar livre na capital pernambucana, promete para o público cerca de 10 horas de programação musical gratuita.
Além das atrações internacionais, que poderão contar com
convidados brasileiros, o sanfoneiro paraibano Sivuca comandará a primeira audição de sua sinfonia com a Orquestra Sinfônica
do Recife.
Carlos Calado é autor de "O Jazz Como
Espetáculo" e "Jazz Ao Vivo", entre outros livros
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