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MÚSICA
Vocalista da banda de Detroit Demolition Doll Rods, Margaret Doll Rod inicia turnê por seis cidades brasileiras
Demolidora troca sexo por amor em SP
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Com sua banda, ela costuma se
apresentar com pouca ou nenhuma roupa em shows explosivos e
canta sobre festas, sexo e... festas e
sexo. Mas Margaret se distanciou
por um tempo de seu Demolition
Doll Rods e gravou um disco de...
canções de amor. Basicamente. E
é assim que ela chega amanhã ao
país, para iniciar extensa turnê.
Vinda de Detroit, Margaret Doll
Rod toca amanhã no clube Outs,
em São Paulo. Depois, passa por
Curitiba, Belo Horizonte, Bauru,
Goiânia, retorna a São Paulo... Serão ao todo dez shows.
É a segunda vez que ela vem ao
Brasil. Com a banda, passou por
aqui em 2000. "Estávamos tão excitados, o público sabia as letras
de nossas músicas. E algumas
pessoas até nos trouxeram alguns
biquínis", revela.
Após três álbuns de garage rock
gravados com os Doll Rods (o último deles, "On", deste ano),
Margaret lançou em esquema ultra-independente nos EUA seu
"Enchanté". Diz que "encontrou
um amor", mas não considera o
CD essencialmente romântico.
"Decidi gravar esse disco solo
porque minha vida chegou a um
ponto de explodir. Eram muitas
coisas e emoções e não sabia o que
fazer para colocá-las para fora.
Pela primeira vez, em muito tempo, me apaixonei. Foi o tipo de
paixão em que seu coração se parte várias e várias vezes e vai se tornando maior e você vai se apaixonando mais e mais..."
"Com os Doll Rods é diferente.
Você pode chamar de romântico.
Para mim, foi uma viagem ao
meu coração em que eu finalmente tive a coragem de ir até o fim."
Essa paixão de Margaret, que
parecia escondida no meio da
agressividade de sua banda, motivou algumas críticas publicadas
na imprensa americana a classificar certas canções de "Enchanté",
como "Greater than This", de "religiosas". Essa canção é sobre os
sentimentos que fazem você feliz.
Não sou uma pessoa religiosa.
Sou espiritualista."
Com os Doll Rods, Margaret é
quase um patrimônio do rock de
garagem de Detroit, que nos últimos anos trouxe uma infinidade
de bandas, como White Stripes,
Dirtbombs, The Von Bondies...
"Os White Stripes costumavam
abrir os nossos shows. Não tenho
relacionamento com eles. De vez
em quando vejo Meg [baterista
dos WS], e a gente sorri... Eles são
tão importantes para Detroit
quanto vários outros grupos."
Nos anos 80 e 90, o crescimento
da taxa de criminalidade e o desmantelamento da indústria que
havia na cidade deram a Detroit
uma má fama que Margaret faz
questão de desabonar. "Detroit
sempre esteve bem. As pessoas falam bastante... Acho que é igual a
qualquer outra cidade do mundo:
você recebe o que você dá."
Sem roupa
Antes dos Doll Rods, Margaret
chegou a trabalhar por dez anos
numa casa de striptease. E cantava na escola e num coral de igreja.
Sobre os famosos shows dos Doll
Rods [que tem ainda Danny, na
guitarra, e Catherine, prima da
Margaret, na bateria], ela explica:
"A música vem da alma, não
importa o que você esteja vestindo. Às vezes sua roupa pode ser
uma extensão do que você está
sentindo. Mas a banda sempre foi
apenas música, por isso tocamos
usando tão pouca roupa. E isso
nunca me trouxe problemas".
MARGARET DOLL ROD. Onde: Outs (r.
Augusta, 486, SP, tel. 0/xx/11/ 3237-4940). Quando: amanhã, a partir das 23h.
Quanto: R$ 15 (R$ 10 consumíveis). Inf.:
www.rockcity.com.br/margaret/.
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