São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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MÚSICA

Vocalista da banda de Detroit Demolition Doll Rods, Margaret Doll Rod inicia turnê por seis cidades brasileiras

Demolidora troca sexo por amor em SP

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Com sua banda, ela costuma se apresentar com pouca ou nenhuma roupa em shows explosivos e canta sobre festas, sexo e... festas e sexo. Mas Margaret se distanciou por um tempo de seu Demolition Doll Rods e gravou um disco de... canções de amor. Basicamente. E é assim que ela chega amanhã ao país, para iniciar extensa turnê.
Vinda de Detroit, Margaret Doll Rod toca amanhã no clube Outs, em São Paulo. Depois, passa por Curitiba, Belo Horizonte, Bauru, Goiânia, retorna a São Paulo... Serão ao todo dez shows.
É a segunda vez que ela vem ao Brasil. Com a banda, passou por aqui em 2000. "Estávamos tão excitados, o público sabia as letras de nossas músicas. E algumas pessoas até nos trouxeram alguns biquínis", revela.
Após três álbuns de garage rock gravados com os Doll Rods (o último deles, "On", deste ano), Margaret lançou em esquema ultra-independente nos EUA seu "Enchanté". Diz que "encontrou um amor", mas não considera o CD essencialmente romântico.
"Decidi gravar esse disco solo porque minha vida chegou a um ponto de explodir. Eram muitas coisas e emoções e não sabia o que fazer para colocá-las para fora. Pela primeira vez, em muito tempo, me apaixonei. Foi o tipo de paixão em que seu coração se parte várias e várias vezes e vai se tornando maior e você vai se apaixonando mais e mais..."
"Com os Doll Rods é diferente. Você pode chamar de romântico. Para mim, foi uma viagem ao meu coração em que eu finalmente tive a coragem de ir até o fim."
Essa paixão de Margaret, que parecia escondida no meio da agressividade de sua banda, motivou algumas críticas publicadas na imprensa americana a classificar certas canções de "Enchanté", como "Greater than This", de "religiosas". Essa canção é sobre os sentimentos que fazem você feliz. Não sou uma pessoa religiosa. Sou espiritualista."
Com os Doll Rods, Margaret é quase um patrimônio do rock de garagem de Detroit, que nos últimos anos trouxe uma infinidade de bandas, como White Stripes, Dirtbombs, The Von Bondies...
"Os White Stripes costumavam abrir os nossos shows. Não tenho relacionamento com eles. De vez em quando vejo Meg [baterista dos WS], e a gente sorri... Eles são tão importantes para Detroit quanto vários outros grupos."
Nos anos 80 e 90, o crescimento da taxa de criminalidade e o desmantelamento da indústria que havia na cidade deram a Detroit uma má fama que Margaret faz questão de desabonar. "Detroit sempre esteve bem. As pessoas falam bastante... Acho que é igual a qualquer outra cidade do mundo: você recebe o que você dá."

Sem roupa
Antes dos Doll Rods, Margaret chegou a trabalhar por dez anos numa casa de striptease. E cantava na escola e num coral de igreja. Sobre os famosos shows dos Doll Rods [que tem ainda Danny, na guitarra, e Catherine, prima da Margaret, na bateria], ela explica:
"A música vem da alma, não importa o que você esteja vestindo. Às vezes sua roupa pode ser uma extensão do que você está sentindo. Mas a banda sempre foi apenas música, por isso tocamos usando tão pouca roupa. E isso nunca me trouxe problemas".


MARGARET DOLL ROD. Onde: Outs (r. Augusta, 486, SP, tel. 0/xx/11/ 3237-4940). Quando: amanhã, a partir das 23h. Quanto: R$ 15 (R$ 10 consumíveis). Inf.: www.rockcity.com.br/margaret/.


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