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ANÁLISE
Evento faz a festa dos puristas
DA REDAÇÃO
O s puristas não têm do que
reclamar. Só pelo fato de trazer o baterista Max Roach e o baixista Ray Brown, a lista de atrações do Free Jazz Festival honra o
nome do meio do evento.
Em noites distintas, esses homens vão pegar a história do jazz
do ponto em que o improviso deixou de ser coletivo e passou a se
basear na mudança de acordes
(leia-se bebop) e navegá-la até o
momento em que a falta de alternativas abriu espaço para que o
estilo desembocasse no free jazz.
O evento estará dividido em três
palcos. Roach e Brown vão tocar
no menor deles, o Club. Uma pena. Quem gosta de jazz com um
pé na tradição terá de se espremer
num dos 280 lugares do espaço.
Por esse palco vão desfilar ainda
o piano preciso e caribenho do
cubano Chucho Valdés, o saxofone que procura uma identidade
fora da herança paterna de Ravi
Coltrane (filho de John) e a big
band Art Ensemble of Chicago.
A produção do festival foi feliz
ao escolher as atrações brasileiras
do palco Club. Antes de Roach,
toca um garoto que usa o bandolim para injetar vitalidade no chorinho: Hamilton de Holanda, que
parece uma mistura impossível
de Jacob do Bandolim e Hendrix.
João Donato, um dos mais criativos e menos reconhecidos compositores da bossa nova, mostra
ao piano que é um ótimo recheio
para o sanduíche formado pelos
shows de Valdés e Brown.
Na primeira noite do festival,
também vai ser possível jazz de
verdade no palco New Directions.
Primeiro, entra o trompetista Irvin Mayfield, que, apesar de morar em Nova Orleans, explora o
jazz contemporâneo e distante da
sua terra natal. Depois, Greg Osby
usa seu sax para embutir improviso em estilos do pop.
(EF)
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