São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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COPIÃO

Estratégias de lançamento supõem falsos parentescos

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O lançamento de "Cidade de Deus", sexta passada, suprimiu a região Sul, para não confrontar a estréia regional de "Jacobina", filme da família Barreto rodado na ponta do país.
O longa de Fábio Barreto alcançou, nos três primeiros dias de exibição, 19 mil espectadores, com 43 cópias. No mesmo período, o filme de Fernando Meirelles e Katia Lund fez 133 mil espectadores, com 99 cópias. E chegou, ontem, a 228 mil.
É, até agora, a maior promessa de sucesso de bilheteria nacional, num ano em que o filme brasileiro perdeu espectadores, enquanto o cinema estrangeiro aumentou seu público, de acordo com dados do site Filme B.
A estratégia cortês de lançamentos nacionais -que evita a competição direta entre mais de um título- pode ter justificativa prática no minguado público, mas termina por reforçar a idéia de que filme brasileiro é um gênero cinematográfico.
Como gênero, ele teria uma e apenas uma fatia de platéia. É um pressuposto, entre outros, que ajuda a segregar o cinema nacional num feudo e que supõe ilusórios parentescos, como o de "Cidade de Deus" com "Jacobina", por exemplo.

RIO OU BRASÍLIA

Ganha adeptos em setores do governo a idéia de que o escritório central da Agência Nacional do Cinema deve ficar em Brasília, e não no Rio, onde se instalou, conforme prevê a medida provisória que a criou. Pela mesma MP, terminou ontem o prazo para edição de regulamento sobre a transferência (do MinC para a Ancine) de processos envolvendo projetos aprovados e a aprovar nas leis Rouanet e do Audiovisual.


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