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COPIÃO
Estratégias de lançamento supõem falsos parentescos
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O lançamento de "Cidade de Deus", sexta passada,
suprimiu a região Sul, para não
confrontar a estréia regional de
"Jacobina", filme da família Barreto rodado na ponta do país.
O longa de Fábio Barreto alcançou, nos três primeiros dias
de exibição, 19 mil espectadores,
com 43 cópias. No mesmo período, o filme de Fernando Meirelles e Katia Lund fez 133 mil espectadores, com 99 cópias. E
chegou, ontem, a 228 mil.
É, até agora, a maior promessa
de sucesso de bilheteria nacional, num ano em que o filme
brasileiro perdeu espectadores,
enquanto o cinema estrangeiro
aumentou seu público, de acordo com dados do site Filme B.
A estratégia cortês de lançamentos nacionais -que evita a
competição direta entre mais de
um título- pode ter justificativa prática no minguado público,
mas termina por reforçar a idéia
de que filme brasileiro é um gênero cinematográfico.
Como gênero, ele teria uma e
apenas uma fatia de platéia. É
um pressuposto, entre outros,
que ajuda a segregar o cinema
nacional num feudo e que supõe
ilusórios parentescos, como o de
"Cidade de Deus" com "Jacobina", por exemplo.
RIO OU BRASÍLIA
Ganha adeptos em setores do governo a idéia de que o escritório central da Agência Nacional do Cinema deve ficar em Brasília, e não no Rio, onde
se instalou, conforme prevê a medida provisória que a criou.
Pela mesma MP, terminou ontem o prazo para edição de regulamento sobre a
transferência (do MinC para a Ancine) de processos envolvendo projetos
aprovados e a aprovar nas leis Rouanet e do Audiovisual.
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