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VÍDEO LANÇAMENTOS
"O Outro Lado de Hollywood"
FÁTIMA GIGLIOTTI
da Reportagem Local
Para curtir todas as preciosas
sequências do documentário "O
Outro Lado de Hollywood", baseado no livro de Vito Russo, é
preciso aceitar a premissa de que
o cinema é um reflexo cultural da
sociedade que o produz. "O espelho de nossas vidas", como diz
um dos entrevistados. Dito isso,
faz o maior sentido a narração inicial de Lili Tomlin, na qual ela diz
que o cinema influenciou o modo
de os heterossexuais pensarem
sobre os homossexuais, e desses
pensarem sobre si mesmos.
E começa a revelação. Depoimentos de diretores, roteiristas e
atores, sequências originais cortadas de filmes. Robert Epstein e
Jeffrey Friedman usam vários expedientes para narrar a história
do homossexualismo no cinema.
Por meio dela, defendem a teoria
de que os personagens homossexuais estavam a serviço do humor, da compaixão ou do medo.
Nos anos 20, eram "sissies" e faziam rir. A partir de 1934, com o
código Hays, foram banidos mediante a censura de "conduta lasciva" no cinema. O que só inspirou realizadores a criar maneiras
de burlar o código e, com elas,
realizar algumas obras magistrais.
É o caso, já clássico, do épico bíblico "Ben-Hur" (1959), assumido pelo roteirista Gore Vidal num
divertido depoimento. Para ele, a
origem da rivalidade entre Ben-Hur e Massala foi um romance
entre os dois na adolescência. E
Charlton Heston nem sabia.
A coisa fica mais séria quando a
homossexualidade parece ser a
causa de desvios de comportamento sérios, como os da dupla
de "Festim Diabólico" (1948),
clássico de Alfred Hitchcock, ou o
invisível Sebastian, do angustiado
"De Repente, no Último Verão"
(1959), com Elizabeth Taylor.
"Cabaret" (1972) e "Fome de Viver" (1983) são exemplos de filmes que soltaram as amarras do
preconceito. Mesmo que Catherine Deneuve e Susan Sarandon tivessem de ser vampiras para isso.
Avaliação:
Filme: O Outro Lado de Hollywood (Celluloid Closet)
Diretores: Robert Epstein, Jeffrey Friedman
Produção: EUA, 1995, 100 min.
Gênero: documentário
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