São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2000

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"TODO MUNDO EM PÂNICO"
Filme arrecadou US$ 154 mi só nos EUA
Sátira de filmes de terror ganha sequência

MILLY LACOMBE
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Eis aqui o que é de fato assustador em "Todo Mundo em Pânico": a bilheteria. Paródia de filmes de terror, "Todo Mundo em Pânico" já arrecadou US$ 154 milhões só em território norte-americano.
"Todo Mundo em Pânico" não tem estrelas no elenco, foi escrito e dirigido por três comediantes negros com pouca experiência em longas e custou apenas US$ 19 milhões -valor miúdo para padrões hollywoodianos ("Pânico 3" custou US$ 40 milhões e faturou US$ 89 milhões nos EUA).
Em alusão óbvia aos filmes que parodia, foi idealizado e roteirizado pelos irmãos Shawn, 29, e Marlon Wayans, 28, que também atuam no filme. Keenen Wayans, 42, se encarregou da direção.
"A previsibilidade das cenas de terror de filmes como "Pânico" nos fazia rir alto", disse Marlon. "Quando percebemos que o que era para aterrorizar nos fazia gargalhar, decidimos escrever uma comédia que satirizasse esses filmes", completou Shawn.
A única coisa que ninguém esperava é que o filme fosse estourar em bilheteria.
O sucesso de "Todo Mundo em Pânico", que conta a improvável história de seis estudantes acidentalmente envolvidos em um assassinato e às voltas com um "serial killer" em busca por vingança, pegou Hollywood -e os irmãos Wayans- de surpresa. Tanto que os cartazes promocionais do filme traziam a frase: "No mercy. No shame. No sequel" (Sem piedade. Sem vergonha. Sem continuação).
"Se o filme faturar mais de US$ 100 milhões, claro que haverá continuação", disse rindo Keenen. "Todo Mundo em Pânico 2" já se encontra em fase de pré-produção e estreará em 2001.
Os Wayans podem ser novatos em longas, mas são veteranos em comédia. São adeptos das "gross-out comedies" -ou comédias grosseiras e nojentas. "Existem apenas três coisas com as quais não mexo: religião, Aids e crianças", disse Keenen.


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