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Do vilão para
a heroína
PATRICIA DECIA
da Reportagem Local
A "Barbarella Elétrica"
("Eletric Barbarella"), primeiro single do álbum
"Medazzaland", é uma
volta às raízes do Duran
Duran, se não musicalmente, pelo menos às fontes de
inspiração.
Barbarella, para quem
não sabe, é uma personagem de histórias em quadrinhos criada em 1962 pelo
francês Jean-Claude Forest,
misto de Flash Gordon e James Bond de saias, e imortalizada seis anos depois no
cinema por Jane Fonda.
Sexy até não poder mais,
Barbarella transava inclusive com robôs nas HQs e
suas histórias acabaram
classificadas de "fricção
científica". Resultado: escândalo e proibição de
qualquer publicidade na
França após o lançamento.
Na versão cinematográfica, "Barbarella: Queen of
the Galaxy", dirigida por
Roger Vadim (ex-marido
de Fonda), a missão da heroína futurista era encontrar ninguém menos do que
o maquiavélico doutor Durand-Durand (o ator Milo
O'Shea).
Duas letras e um hífen a
menos, surgia a banda inglesa de Simon LeBon e
Nick Rhodes, em meados
dos anos 80.
Em sua busca pelo vilão,
Barbarella/Fonda encontra
vários homens -entre eles
um anjo cego- e aprende o
"antigo ritual humano de
acasalamento", já que o sexo, na sua época, havia sido
substituído por pílulas e
apertos de mão.
A versão eletrificada da
heroína, resgatada pela
banda de LeBon, tem olhar
bem mais "blasé" do que o
de Fonda, emoldurado por
grossos traços de maquiagem e peruca loiro-platinada. Sinal dos tempos.
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