São Paulo, quinta, 6 de novembro de 1997.




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Do vilão para a heroína

PATRICIA DECIA
da Reportagem Local

A "Barbarella Elétrica" ("Eletric Barbarella"), primeiro single do álbum "Medazzaland", é uma volta às raízes do Duran Duran, se não musicalmente, pelo menos às fontes de inspiração.
Barbarella, para quem não sabe, é uma personagem de histórias em quadrinhos criada em 1962 pelo francês Jean-Claude Forest, misto de Flash Gordon e James Bond de saias, e imortalizada seis anos depois no cinema por Jane Fonda.
Sexy até não poder mais, Barbarella transava inclusive com robôs nas HQs e suas histórias acabaram classificadas de "fricção científica". Resultado: escândalo e proibição de qualquer publicidade na França após o lançamento.
Na versão cinematográfica, "Barbarella: Queen of the Galaxy", dirigida por Roger Vadim (ex-marido de Fonda), a missão da heroína futurista era encontrar ninguém menos do que o maquiavélico doutor Durand-Durand (o ator Milo O'Shea).
Duas letras e um hífen a menos, surgia a banda inglesa de Simon LeBon e Nick Rhodes, em meados dos anos 80.
Em sua busca pelo vilão, Barbarella/Fonda encontra vários homens -entre eles um anjo cego- e aprende o "antigo ritual humano de acasalamento", já que o sexo, na sua época, havia sido substituído por pílulas e apertos de mão.
A versão eletrificada da heroína, resgatada pela banda de LeBon, tem olhar bem mais "blasé" do que o de Fonda, emoldurado por grossos traços de maquiagem e peruca loiro-platinada. Sinal dos tempos.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.