São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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CINEMA

Em "Lo que Díos Sabe", diretor Carlos Bolado, montador de "Amores Brutos", contará história de brasileira que vive nos EUA

Mexicano filmará longa de ficção no Brasil

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta ("Promessas de um Mundo Novo") e montador ("Amores Brutos") mexicano Carlos Bolado, 36, desembarca na próxima semana em São Paulo para assinar os contratos de produção e começar a definir o elenco de seu próximo longa.
A ficção "Lo que Díos Sabe" (O que Deus Sabe) será protagonizada por uma atriz brasileira e terá filmagens no Brasil, no México e nos Estados Unidos.
Hoje, Bolado participa no Rio do debate "Cinema Documentário - Estética, Conteúdo e Mercado", promovido pelo Fórum Brasil Documenta.
"Promessas de um Mundo Novo", documentário sobre crianças palestinas e israelenses que dirigiu com B.Z. Goldberg, concorreu ao Oscar este ano e esteve em cartaz no Brasil.
O cineasta escreveu o roteiro de seu próximo filme junto com a autora norte-americana Diane Weipert. "É a história de uma brasileira que vive nos Estados Unidos, namora um mexicano e mantém uma relação de amor e ódio com o Brasil, para onde tem de regressar. É um filme sobre o destino e o azar", diz. As filmagens estão previstas para 2003.

Elenco
A vertente brasileira da co-produção será assinada por Sara Silveira, da Dezenove Som e Imagens, que sugeriu a Bolado três nomes de atrizes para protagonizar "Lo que Díos Sabe". O cineasta cogita convidar Bruna Lombardi para o elenco, no papel da mãe da personagem central.
"Faremos o processo normal de "casting" e só depois que tivermos definido a atriz principal vou poder escolher o ator mexicano. Como existe uma história de amor, é preciso que haja química entre eles, que pareça verossímil, até porque é um casal meio estranho, numa situação estranha", afirma.
No debate de hoje -do qual participam também os cineastas Albert Maysles ("Gimme Shelter") e Eduardo Coutinho ("Cabra Marcado para Morrer") e o distribuidor Marcelo Mendes (do grupo Estação), com mediação do jornalista e crítico da Folha Pedro Butcher-, Bolado defenderá a idéia de que está havendo uma "revalorização" do gênero documental, porque "o público está cada vez mais interessado em ver histórias reais".
"Mas, para mim, não há tanta diferença entre a ficção e o documentário. Não acredito em gêneros. Faço filmes. Conto histórias através de imagens. Estava inclusive pensando em fazer um documentário em que quero recorrer à animação. Não sou dogmático, tenho a minha verdade", afirma.


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