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Com três Prêmios Jabutis, Chico Buarque foi o campeão da noite
Também pela terceira vez, ele ganhou o Livro de Ficção do Ano
DE SÃO PAULO
A reação já era esperada:
assim que o cantor Chico
Buarque subiu ao palco da
Sala São Paulo, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti, vozes femininas
vindas da plateia gritaram
"lindo" e "gostoso".
A cena repetiu-se três vezes na noite de anteontem.
Chico foi o grande campeão da cerimônia. Pelo livro
"Leite Derramado" (Companhia das Letras) ele ganhou
os prêmios de Livro do Ano
de Ficção, Livro do Ano pelo
Voto Popular e o prêmio de
segundo lugar na categoria
romance.
Muito assediado pelos fotógrafos, Chico, também como já era esperado, não deu
entrevistas.
Assim que a cerimônia
acabou ele saiu pela porta lateral da Sala São Paulo,
acompanhado por Luiz
Schwarcz e Maria Emilia
Bender, editores da Companhia das Letras.
Foi a terceira vez que Chico
recebeu o prêmio máximo do
Jabuti.
"Estorvo" (1992) e "Budapeste" (2004) também foram
eleitos os Livros do Ano.
Dar o principal prêmio a
um livro que não ficou em
primeiro lugar em sua categoria, caso de Chico, não é incomum no Jabuti.
Os júris são diferentes nos
dois casos. O Prêmio de Livro
do Ano é concedido pelo
mercado editorial e costuma
levar em conta, além da qualidade do autor, o trajeto comercial da obra.
O outro prêmio mais importante da noite, Livro do
Ano de Não Ficção, foi para a
psicanalista Maria Rita Kehl,
autora de "O Tempo e o Cão".
Ela e Chico receberão R$
30 mil reais cada um.
"Ganhar o Jabuti e ainda
fazer uma dobradinha com o
Chico foi muito bom. Quando
eu tinha 15 anos sonhava fazer letra para as melodias dele", disse Kehl.
A psicanalista foi muito
aplaudida ao subir ao palco.
Ex-colunista do "O Estado
de S. Paulo", Kehl foi demitida no início de outubro após
escrever um texto em que criticava a "desqualificação",
por certa parte da sociedade,
dos votos de quem recebe o
Bolsa Família.
"Fiquei muito feliz com a
recepção do público. Tenho
recebido apoio em vários lugares que frequento."
O "Estado" justificou a demissão afirmando que a troca de colunistas é comum. Já
Kehl contesta a versão.
"Foi uma resposta cínica.
Estava só há nove meses lá. O
motivo foi mesmo o texto,
que contrariou a posição da
direção do jornal", disse.
Na cerimônia também foram premiados os 63 vencedores das 21 categorias do Jabuti.
(MARCO RODRIGO ALMEIDA)
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