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Críticos elegem filme de Alea
como principal clássico cubano
AMIR LABAKI
enviado especial a Havana
A mais nova pesquisa com críticos locais elegeu o drama político
"Memórias do Subdesenvolvimento" (1968), de Tomás Gutiérrez Alea, como o maior clássico
da história do cinema cubano.
Obtido com exclusividade pela
Folha, o levantamento será publicado em fevereiro de 2000.
O historiador Juan Antonio
García Borrero ouviu 28 especialistas para um dos capítulos de
abertura de seu ainda inédito
"Guia Crítico del Cine Cubano de
Ficcion (1910-1999)". A enciclopédia, sem similar, é organizada a
partir dos títulos de uma filmografia essencial.
O original enfoque de García
Borrero examina a história do cinema cubano como um todo,
rompendo com a tradicional ênfase sobre a produção pós-revolucionária centralizada pelo Instituto Cubano de Artes e Ciências Cinematográficas (ICAIC). É uma
espécie de "glasnost" na crítica
nacional.
"Trato do cinema mudo, do filme sonoro pré-revolucionário e
da produção pós-revolução", disse o pesquisador à Folha. "Incluo
títulos do cinema "submergido"
(underground), filmes mais experimentais rodados nos anos 80 fora da produção do ICAIC, naquela época dedicada a filmes "populistas", impecáveis tecnicamente,
mas menos ousados."
Como ele analisa o cinema sonoro de 1930 a 1959, tradicionalmente estigmatizado como desimportante? "Não havia uma
produção estruturada, mas existiram sim, aqui e ali, filmes importantes, para além dos estereótipos
da produção mais popular", sustenta García Borrero.
Um único filme daquele período aparece na lista, no 28º e último posto: "La Mesera del Café del
Puerto" (1955), um melodrama
de Juan Orol, co-produzido com
o México. García Borrero registra
o fato, mas, em seu verbete, considera-o um filme secundário. Na
outra ponta, o filme mais recente
lembrado é "Amor Vertical"
(1996), de Arturo Sotto, situado
na 27ª posição.
Nada menos que 4 dos 10 maiores clássicos são de Alea. "Morango e Chocolate" (1993), co-dirigido com Juan Carlo Tabío, ocupa o
terceiro posto. Seguem-se "A
Morte de Um Burocrata" (1965),
no sexto posto, e "A Última Ceia"
(1976), no sétimo.
A relação apresenta ainda "Lucia" (1968), de Humberto Solás,
na segunda posição; "Madagascar" (1994), de Fernando Perez,
na quarta; "Papeles Secundários"
(1989), de Orlando Rojas, na
quinta; "La Primera Carga al Machete" (1968), de Manuel Octavio
Gomes, em oitavo; "De Cierta
Manera" (1975), de Sara Gomes,
em nono; por fim, em décimo,
"Retrato de Teresa" (1979), de
Pastor Vega.
O novo filme de Vega, "Las Profecías de Amanda", é um dos quatro concorrentes cubanos no corrente 21º Festival Internacional do
Novo Cinema Latino-Americano.
Baseado num profeta popular
real, já estreou nas salas cubanas.
Não agradou à crítica, mas foi sucesso de público.
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