|
São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRECHOS "Na primeira vez em que ouvi um relato especialmente trágico, de uma pessoa muito meiga e sobre a qual se desencadeara desde cedo um mundo de desventuras sucessivas, que haviam manietado gravemente suas possibilidades como ser humano, eu chorei. Fui tão discreto quanto possível, mas tive a impressão de que a pessoa havia percebido e até se mostrava satisfeita com a reação, que atestava meus bons sentimentos e pela qual decidiu me premiar tornando-se minha cliente. Na segunda vez em que me relatou a mesma história eu a escutei compungido. Numa das vezes seguintes me surpreendi bocejando. (...) Mas havia noites em que eu chegava em casa com as vozes da tristeza ressoando na cabeça e me consolava imaginando que a vida talvez fosse uma espécie de educação para a solidão que só se completa na morte." trecho do capítulo "O Abismo", do livro "Queda Livre", de Otavio Frias Filho, em que o autor passou um ano como voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) Texto Anterior: Livro/lançamento - "Queda Livre": Jornalista mergulha em sete aventuras Próximo Texto: Pepetela ruma ao noir com sátira ao agente James Bond Índice |
|
|