São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2002

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Indústria fonográfica vive crise

DE NOVA YORK

Se o norte-americano passou o ano indo mais ao cinema, o mesmo não ocorreu na hora de comprar CDs. A indústria fonográfica dos EUA vendeu US$ 762,6 milhões em CDs em 2001, uma queda de 3% em relação ao ano anterior. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde 1991.
Para ter uma idéia, sete álbuns venderam mais de 5 milhões de cópias no ano retrasado, liderados por "The Marshall Mathers", de Eminem (mais de 9 milhões). Em 2001, nenhum título ultrapassou o patamar. Mais: os dez primeiros álbuns venderam US$ 20 milhões a menos do que os dez primeiros de 2000.
O campeão de vendas do ano é "Hybrid Theory", estréia do sexteto de rap-metal Linkin Park, com 4,8 milhões de discos. O grupo emplacou hits como "One Step Closer" e "Crawling", que vão na cola de Limp Bizkit.
Em segundo, embalado pelos sucessos "Angel" e "It Wasn't Me", vem Shaggy com seu álbum "Hot Shot" (4,5 milhões), seguido por "Celebrity", do insuportável N'Sync (4,4 milhões), e "A Day without Rain", que também poderia chamar-se "A Volta dos Mortos-Vivos", de ninguém menos que a musa new-age Enya (4,4 milhões).
Completam a lista dos dez mais nomes como Staind, Alicia Keys, Destiny's Child, Creed, a trilha de "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?", filme dos irmãos Coen, e uma coletânea. Ou seja, com raras exceções, 2001 foi mal também em qualidade.
Os números modestos (para um mercado do tamanho do norte-americano) podem ser explicados por uma conjunção de fatores que vai além da recessão de 2001 e da crise pós-11 de setembro: Napster e seus sucedâneos; o estouro dos videogames; a popularização do DVD; e a queda do preço médio do CD.
(SD)


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