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HISTÓRIA
"Correio Braziliense", fundado em 1808, terá todos os números reimpressos
Primeiro jornal brasileiro ganha reedição fac símile
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro jornal brasileiro está
voltando às rotativas. O "Correio
Braziliense", que circulou entre
1808 e 1822, terá todas as suas edições reimpressas e encadernadas
em 31 volumes.
O anúncio foi feito ontem, na
sede da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que coordena a
reedição fac-similar do periódico.
Criado, redigido e impresso por
Hipólito José da Costa, em Londres, o "Correio", que usava como subtítulo "Armazem (sem
acento mesmo) Literário", tinha
perfil político e cultural. "O primeiro dever do homem em sociedade he ser util aos membros della", explicava (com o português
de então) o trecho inicial da primeira das 175 edições do jornal.
De acordo com Sérgio Kobayashi, presidente da Imprensa Oficial, o projeto de reedição do
"Correio" custará R$ 1,5 milhão.
O valor será dividido com os
parceiros da instituição na empreitada, o Instituto Uniemp, da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e o jornal "Correio Braziliense", de Brasília, que
não tem vínculo com a publicação
pioneira. As três entidades assinam hoje, em Brasília, o acordo
de publicação.
O primeiro volume da reedição,
que reúne os números publicados
em 1808, deve ser lançado em
março. Os 30 restantes, que incluem um tomo com índices e outro com comentários históricos
(editado pelo coordenador do
projeto, Alberto Dines), devem
ser publicados mensalmente.
De acordo com Kobayashi, a tiragem da coleção será de 3.500
exemplares, dos quais só estarão à
venda cerca de 800 (sendo os demais distribuídos para bibliotecas
e outras instituições).
Os livros estão sendo feitos com
base em coleção completa dos periódicos que faz parte da biblioteca do empresário José Mindlin. "É
a única coleção completa em condições de manuseio conhecida",
explica Kobayashi.
Na cerimônia em que lançou o
projeto de reedição do "Correio
Braziliense", o presidente da Imprensa Oficial também anunciou
os demais projetos editoriais da
instituição para este ano.
"Em 2001, faremos 120 livros em
parceria com outras editoras",
disse, salientando que o custo
desses projetos seria de só R$ 2,2
milhões dos R$ 110 milhões de faturamento previsto da Imprensa
Oficial. Nos últimos cinco anos,
foram feitas 118 co-edições.
"São livros sem apelo comercial
e reputados como de interesse
cultural e histórico. Se não o fizermos, deixaremos a cultura e a história ao relento", diz Kobayashi.
O presidente da empresa falou
ainda sobre o "Diário Oficial do
Estado", publicação para a qual a
Imprensa Oficial foi criada, há 110
anos. "São gastas 20 toneladas de
papel diariamente para a impressão do "Diário", o maior jornal do
Ocidente, com mais de 1.500 páginas diariamente."
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