|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTES PLÁSTICAS
Galerista tem coleção registrada em publicação de luxo pela editora Cosac & Naify
Emoção define o tom de livro sobre Vilaça
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Marcantonio respeitava a inteligência de seus interlocutores.
Sabia a importância de dar a informação correta e contextualizada sobre seu elenco de artistas,
fosse para o novo repórter local, o
colecionador iniciante ou o experiente curador internacional", escreve a crítica Angélica de Moraes, no livro, que é lançado hoje
sobre o galerista e colecionador
Marcantonio Vilaça, morto aos 37
anos em janeiro de 2000.
No entanto, a publicação, ao
contrário da descrição citada acima, é mais uma homenagem visual que contextualizadora da importância de Vilaça nas artes plásticas brasileiras nos anos 90.
Os quatro textos do livro (de
seus pais, Maria do Carmo e o ministro Marcos Vinicios Vilaça, do
curador Paulo Herkenhoff, de
Angélica de Moraes e do historiador português Alexandre Mello)
são bastante emocionais e acabam por não traçar um panorama
completo da atuação de Vilaça.
Eles ocupam apenas 34 páginas
de um total de 336. O restante são
imagens das obras do galerista e
fotos pessoais.
"Foi a única forma que tornou
possível a publicação do livro",
disse à Folha o editor Charles Cosac, um dos sócios da Cosac &
Naify, organizadora da edição.
Homenagem
O envolvimento de Cosac foi decisivo para a realização do livro. A
idéia foi sua, já no dia da morte de
Vilaça, uma homenagem de um
colecionador para outro. "Todo
livro que publico, ao menos os de
que eu participei, são homenagens, e esta é especial, pois convivi
com ele", afirma o editor.
"Eu tinha um encontro marcado com Marcantonio no dia 3 e
ele morreu no dia 1º, ninguém esperava, foi muito cruel", afirma.
Cosac credita as deficiências da
publicação a problemas operacionais. "Foi um livro muito complexo, que envolveu muita gente e está sendo lançado um ano depois
do que eu gostaria", afirma.
Assim, Cosac afirma que procurou organizar o livro da forma
mais democrática possível. "A coleção foi simplesmente apresentada em ordem alfabética, pois não
queria fazer uma curadoria em cima de uma coleção", justifica.
O editor chegou a preparar a
biografia dos artistas, mas tampouco conseguiu publicá-las. "Foi
difícil, certos artistas queriam
apresentar sua biografia até 2010,
achei melhor ser lacônico."
"Além do mais", completa Cosac, "as obras não são para encher
linguiça, mas elas fazem um retrato do colecionador".
O belo projeto gráfico é de Raul
Loureiro, designer que produzia
os catálogos da galeria Camargo
Vilaça. "Foi o próprio Marcantonio quem me apresentou para
Raul, tentei apelar para a beleza
gráfica como saída", diz Charles
Cosac.
Falta agora um livro que trate da
biografia da maneira mais densa.
MARCANTONIO VILAÇA -
Autores: Paulo Herkenhoff, Alexandre Mello,
Angélica de Moraes, Maria do Carmo e
Marcos Vinicios Vilaça. Editora: Cosac &
Naify (tel. 0/xx/11/5511-3218). Quanto:
R$ 140 (336 págs). Lançamento: hoje, a
partir das 18h30, na livraria Cultura (av.
Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, SP).
Texto Anterior: Arquitetura: Paço expõe Lucio Costa além do "risco" Próximo Texto: Cinema: Mar del Plata abre festival em sintonia com a crise Índice
|