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Publicitário estréia no cinema
da Redação
"Até Que a Vida Nos Separe" é a
estréia do publicitário José Zaragoza, 67 anos, no cinema. O filme
conta a história de cinco amigos:
Lulu (Betty Goffman), Maria (Julia Lemmertz), João (Alexandre
Borges), Paulo (Marco Ricca) e
Pedro (Norton Nascimento).
"Uma coisa que sempre me surpreendeu no brasileiro é como ele
se comporta sempre que há uma
amizade leal. Como fica com saudade do amigo, combina de sair
com ele, manda beijo por telefone.
Homem mandar beijo para homem eu acho muito estranho", ri
o espanhol Zaragoza.
Mas ele não teme ver com olhos
de estrangeiro essas características
brasileiras. "Acho que vai ser um
filme brasileiro mesmo, porque é
uma crônica e eu vou tentar ser o
mais honesto e sincero possível."
Os cinco personagens são de
classe média, vivem em São Paulo
e têm por volta de 30 anos. João é
esportista e alto funcionário da
Bolsa, mas esconde a mãe, vivida
por Darlene Glória, de quem tem
vergonha. Maria é uma mulher
bonita, mas com dificuldades de
se relacionar amorosamente. Pedro é diretor de marketing de uma
editora, mas gosta de garotas de
programa. Lulu é produtora de
moda, extrovertida, sempre disposta a mudar o visual radicalmente para conseguir um namorado. Paulo administra uma imobiliária e é homossexual.
"Escrevi uma história de cinco
pessoas que se gostam muito. Eles
se encontram sempre. Mas tem
uma hora que têm de botar a mão
no bolso, pegar a chave, abrir a
porta, acender a luz e administrar
a solidão. O filme focaliza de que
forma os cinco personagens administram a solidão", diz Zaragoza.
Os US$ 3,5 milhões do orçamento foram levantados junto a empresas por meio das leis do Audiovisual e Rouanet. O diretor acha
que o fato de ser publicitário, tendo como clientes grandes empresas, facilitou a captação de recursos. "Não por aquilo que sou, mas
por aquilo que fiz pelo cliente. E
porque eles acham que vai ser um
bom filme, honesto pelo menos."
"Até Que a Vida Nos Separe" deve
ser lançado em outubro.
Zaragoza já pensa em mais duas
produções. "Mas antes vamos acabar esse aqui. Quero fazer uma trilogia: esse primeiro se passa na
classe média e trata de comportamento; o segundo, na classe média
alta, abordaria o abuso sexual
contra crianças; e o terceiro seria
num mutirão de construção de casas populares."
(MaM)
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