São Paulo, terça-feira, 07 de abril de 2009

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Segundo semestre terá Bausch e Binoche

Grupo de teatro-dança volta ao país em setembro; atriz francesa faz duo com coreógrafo em dezembro

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A mestra maior do teatro-dança no mundo já tem data marcada para voltar ao Brasil. Depois de três anos, Pina Bausch e sua companhia retornam aos palcos paulistanos em setembro, com um programa que promete ser histórico. A coreógrafa alemã apresentará duas obras fundamentais de sua profícua carreira artística: "Café Müller", peça de 1978, e sua versão para "A Sagração da Primavera", de 1975, com música de Igor Stravinsky.
Trata-se do mesmo programa que Bausch e seu grupo de Wuppertal apresentaram no Brasil em 1980, na primeira turnê da companhia ao país, despertando amores e ódios de um público pouco acostumado com a cena contemporânea.
Um dos que tiveram a chance de assistir ao espetáculo, o empresário e produtor Emilio Kalil -que desde os anos 90 tem sido o responsável pelas vindas de Bausch ao Brasil- acalentava há décadas o sonho de repetir aqui aquele programa emblemático. Depois de anos de negociações, enfim, Bausch concordou.
A companhia alemã esteve pela última vez aqui em 2006, com "Para as Crianças de Ontem, Hoje e Amanhã".
"Aquele espetáculo de 1980 foi um divisor de águas na minha vida e também na vida de muita gente que o viu, daí o sonho de voltar apresentá-lo", diz Kalil, que foi o produtor da montagem "Água", criada pela coreógrafa em 2001, com inspiração no Brasil.
"Esta combinação de coreografias é muito difícil, porque, enquanto "Café Müller" é feito com apenas seis bailarinos, na "Sagração da Primavera" a companhia, que normalmente tem cerca de 20 bailarinos, tem de chegar a quase 50. Logisticamente é um desafio", conta Kalil, que não sabe se o espetáculo irá ao Rio, por causa da obra do Teatro Municipal.

Pas-de-deux
Depois de Pina Bausch, Kalil tira de seu saco de surpresas um outro programa de teatro-dança. Em dezembro, no mesmo teatro Alfa que receberá a companhia alemã, é a vez de uma dupla insólita dançar: a francesa Juliette Binoche, dona de um Oscar de melhor atriz coadjuvante por "O Paciente Inglês", faz um duo com o coreógrafo e bailarino inglês Akram Khan.
A coreografia "In-I", que tem cenários do premiado artista plástico Anish Kapoor, estreou em setembro passado no National Theatre, em Londres, já esteve na Ásia e em Paris e, antes de chegar ao Brasil, passará pelo Brooklyn Academy em Nova York.
"É um pas-de-deux com duração de uma hora e dez minutos que mostra as relações de um casal e, para a grande surpresa do público, Binoche, que nunca tinha dançado antes, se sai muito bem", garante Kalil.
"No começo, lembrando sempre que Binoche é antes de mais nada uma atriz, ela lê o texto que serviu de laboratório para a criação da coreografia."
Conhecido por mesclar dança indiana tradicional com dança contemporânea, Khan já coreografou a popstar australiana Kylie Minogue e a bailarina francesa Sylvie Guillem.


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