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Segundo semestre terá Bausch e Binoche
Grupo de teatro-dança volta ao país em setembro; atriz francesa faz duo com coreógrafo em dezembro
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A mestra maior do teatro-dança no mundo já tem data
marcada para voltar ao Brasil.
Depois de três anos, Pina
Bausch e sua companhia retornam aos palcos paulistanos em
setembro, com um programa
que promete ser histórico. A
coreógrafa alemã apresentará
duas obras fundamentais de
sua profícua carreira artística:
"Café Müller", peça de 1978, e
sua versão para "A Sagração da
Primavera", de 1975, com música de Igor Stravinsky.
Trata-se do mesmo programa que Bausch e seu grupo de
Wuppertal apresentaram no
Brasil em 1980, na primeira
turnê da companhia ao país,
despertando amores e ódios de
um público pouco acostumado
com a cena contemporânea.
Um dos que tiveram a chance
de assistir ao espetáculo, o empresário e produtor Emilio Kalil -que desde os anos 90 tem
sido o responsável pelas vindas
de Bausch ao Brasil- acalentava há décadas o sonho de repetir aqui aquele programa emblemático. Depois de anos de
negociações, enfim, Bausch
concordou.
A companhia alemã esteve
pela última vez aqui em 2006,
com "Para as Crianças de Ontem, Hoje e Amanhã".
"Aquele espetáculo de 1980
foi um divisor de águas na minha vida e também na vida de
muita gente que o viu, daí o sonho de voltar apresentá-lo", diz
Kalil, que foi o produtor da
montagem "Água", criada pela
coreógrafa em 2001, com inspiração no Brasil.
"Esta combinação de coreografias é muito difícil, porque,
enquanto "Café Müller" é feito
com apenas seis bailarinos, na
"Sagração da Primavera" a companhia, que normalmente tem
cerca de 20 bailarinos, tem de
chegar a quase 50. Logisticamente é um desafio", conta Kalil, que não sabe se o espetáculo
irá ao Rio, por causa da obra do
Teatro Municipal.
Pas-de-deux
Depois de Pina Bausch, Kalil
tira de seu saco de surpresas
um outro programa de teatro-dança. Em dezembro, no mesmo teatro Alfa que receberá a
companhia alemã, é a vez de
uma dupla insólita dançar: a
francesa Juliette Binoche, dona
de um Oscar de melhor atriz
coadjuvante por "O Paciente
Inglês", faz um duo com o coreógrafo e bailarino inglês
Akram Khan.
A coreografia "In-I", que tem
cenários do premiado artista
plástico Anish Kapoor, estreou
em setembro passado no National Theatre, em Londres, já
esteve na Ásia e em Paris e, antes de chegar ao Brasil, passará
pelo Brooklyn Academy em
Nova York.
"É um pas-de-deux com duração de uma hora e dez minutos que mostra as relações de
um casal e, para a grande surpresa do público, Binoche, que
nunca tinha dançado antes, se
sai muito bem", garante Kalil.
"No começo, lembrando
sempre que Binoche é antes de
mais nada uma atriz, ela lê o
texto que serviu de laboratório
para a criação da coreografia."
Conhecido por mesclar dança indiana tradicional com dança contemporânea, Khan já coreografou a popstar australiana
Kylie Minogue e a bailarina
francesa Sylvie Guillem.
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