Filme com Humphrey Bogart chega às bancas no próximo domingo (dia 10)

Longa de John Huston de 1941 consolidou o ator norte-americano, que faz o detetive Sam Spade, como um dos mais populares da época

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes de ser escalado para viver o detetive Sam Spade em "O Falcão Maltês", Humphrey Bogart atravessava um momento delicado em sua carreira.
Contratado pela Warner, Bogart construiu sua fama como coadjuvante nos filmes de gângster que o estúdio produzia nos anos 30. Sua crescente popularidade alimentou uma rivalidade com George Raft, grande astro da Warner na época. A partir de certo momento, Raft passou a se recusar a dividir o elenco com Bogart, deixando-o em situação delicada.
Bogart foi escalado para o elenco de "Aquela Mulher" ("Manpower"), ao lado de Raft e Marlene Dietrich, mas, por pressão de Raft, acabou sendo substituído por Edward G. Robinson. Logo depois, foi convocado para protagonizar o faroeste "Três Homens Maus", mas considerou o roteiro péssimo e recusou-se a filmar. Na época, os atores eram submetidos a rígidos contratos, e Bogart foi suspenso.
Havia, porém, uma grande demanda do público por Bogart, que foi convocado pela mais importante colunista da época, Louella Parsons, para um programa de entrevistas. Jack Warner viu-se forçado a revogar a suspensão.
Jack sabia que Bogart era um astro em ascensão e que Raft estava em declínio. Contra a vontade de John Huston, escalou Raft para "O Falcão Maltês". A reação do ator não poderia ter sido pior: Raft desdenhou do projeto e lembrou a Warner, em um bilhete, que "não aceitaria mais trabalhar em filmes que não fossem importantes" e que ""O Falcão Maltês" não era importante". Bogart assumiu o papel.
Dizem que Jack Warner tinha consciência de que Raft recusaria o papel e que esta foi sua estratégia para dar a Bogart um papel principal sem causar desconforto à estrela da casa. A partir de "O Falcão Maltês", Bogart se consolidaria como um dos atores mais populares do cinema americano da época.


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