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CRÍTICA
Faro pop está intacto em "Auto-Fidelidade"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para quem se lembra com saudades das incríveis "Menina Veneno", "Casanova" e "Pelo Interfone", este "Auto-Fidelidade" causará inevitável estranheza nas primeiras audições. Ele de fato soa estranhamente sério, retrô, rock'n'roll demais.
Ouvido mais vezes, no entanto, evidencia que o fortíssimo faro melódico (e pop, por que não?) de Ritchie está preservado, intacto. É menos perceptível nos rocks mais ortodoxos (como a faixa-título e "Sede de Viver"), mas brilha nas
baladas climáticas em inglês "Radar Radar" (que também aparece
vertida ao português por Alvin L., como "Lua, Lua"), "Shadowland" e "And We Fall".
Em português, destaca-se a retomada da parceria com o letrista Bernardo Vilhena (o mesmo de "Menina Veneno"), emocionante na fábula de "dois amigos pela
rua" que "vivem nos caminhos marginais", em "Ninguém Sabe o que Eu Sei". Mais emocionante ainda é o trecho da canção em que volta a voz anasalada e robotizada, bem Ritchie anos 80.
Surpreendente mesmo é o rock "Onde que Eu Errei?". Ritchie tinha só um refrão, "eu não sei, hey,
hey, hey [ou seria rei, rei, rei?", onde foi que eu errei?", e chamou o
amigo do rei, Erasmo Carlos, para
completar a letra. Erasmo pegou pesado, em versos supimpas que
falam de "imagem (...) triste e sabotada pela máfia do destino" e
outros bichos. Deu para entender?
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Auto-Fidelidade
Artista: Ritchie
Lançamento: Deck Disc
Quanto: R$ 25, em média
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