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Paris era o segundo lar do romancista baiano
BETINA BERNARDES
EM PARIS
Jorge Amado escolheu para morar em Paris no bairro que os nobres habitavam no século 17. O
apartamento do escritor fica no
número 6 da rue Saint-Paul, no
Marais, um dos metros quadrados mais caros da cidade. Foi lá
que escreveu alguns de seus livros, longe do assédio na Bahia.
O edifício faz esquina com o
quai Celestin, com vista para o rio
Sena e para a ilha Saint Louis.
A vizinhança é formada por lojas de antiguidades, galerias, pequenos restaurantes e padarias. A
pé, beirando o Sena, é possível
chegar em cerca de 20 minutos à
catedral de Nôtre-Dame, na ilha
de la Cité.
Na direção oposta, seguindo a
Saint-Paul até a rua Saint-Antoine
e atravessando Hôtel de Sully,
chega-se em dez minutos à place
des Vosges e à casa do escritor
Victor Hugo.
Praça real
Criada por Henri 4º, a praça,
formada por 36 casas simétricas,
foi palco de festividades da nobreza no começo do século 17. Victor
Hugo morou ali por 16 anos, no
século 19.
A queda da Bastilha marcou o
começo da ruína do bairro. Após
ser considerado monumento histórico, em 1962, voltou a atrair artistas e expositores.
Em frente ao prédio de Amado
há uma pequena rua, a rue de l'Ave Maria, que desemboca no Hôtel de Sens, um edifício medieval
onde funciona a biblioteca de artes Forney.
Na mesma rua, pouco antes de
chegar à biblioteca e quase na esquina com a Saint-Paul, há uma
lojinha, especializada em livros e
imagens (fotos, pinturas, reproduções) antigas.
Vinhos
Quase ao lado do edifício de
Amado há um "bar a vins" que
funciona também como restaurante: Le Rouge Gorge (a garganta
vermelha).
Os vinhos são o forte do lugar,
que tem fachada em madeira e
flores na sacada, mas há também
pratos do dia refinados, com entradas como "foie gras dóie" (patê
de fígado de ganso).
Logo adiante está a padaria Plarineau, com croissants, baguetes e
brioches. Ao lado, há uma loja de
tecidos antigos, em frente a uma
galeria de artes e à loja de um artesão que trabalha com ferros.
O prédio de Amado fica também próximo a uma das entradas
do Village St-Paul.
É uma vila com pequenos jardins centrais entre as ruas Jardins-St-Paul, Charlemagne, St-Paul e l'Ave Maria.
Cercando o espaço central, há
diversas galerias de arte, antiquários, lojas de móveis com design
moderno e oficinas de artesãos.
O supermercado frequentado
por Jorge Amado, o Monoprix, fica na rua Saint-Antoine, próximo
à Saint-Paul, ao lado de uma livraria e de lojas de comida chinesa,
queijarias e banca de frutas.
Ali também estão os dois quiosques de jornais e revistas da região.
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