|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA/ESTREIAS
Crítica/ "G.I. Joe"
Aventura tem alta tecnologia e pouco sentido
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Cinema é negócio desde
o princípio, ainda no
século 19. Mas a nova
configuração do mercado, voltado preferencialmente a filmes de ação e fantasia para o
público jovem, acentuou a
transformação do cinema em
extensão de negócios de outras
áreas, como os da Hasbro.
Fabricante dos bonecos (ou
"figuras de ação", como prefere
a empresa) da família "Transformers", cuja migração para o
cinema foi muito bem-sucedida no aspecto mercadológico,
ela opera nova cartada com "G.
I. Joe - A Origem de Cobra",
que a associa novamente aos
estúdios Paramount e ao produtor Lorenzo di Bonaventura.
Estrelas da primeira linha de
brinquedos da Hasbro, lançada
em 1964, os personagens desse
grupo internacional de soldados de elite que combate a ação
de terroristas já haviam chegado à televisão e aos quadrinhos.
Como ocorreu com "Transformers", a expectativa é de que
tenham fôlego para dar origem
a uma série de longas e a uma
nova geração de consumidores.
Em "A Origem de Cobra", explica-se a formação da equipe
principal de "G. I. Joe", liderada
por um general linha-duríssima (Dennis Quaid), e a transformação de um fabricante de
armas em gênio do mal (Christopher Eccleston). Channing
Tatum, Rachel Nichols e Marlon Wayans lideram os mocinhos, enquanto Sienna Miller
pontifica entre os vilões.
Nas mãos do diretor Stephen
Sommers (da série "A Múmia"), a ação incorpora elementos de ficção científica e
um arsenal de brinquedos (e de
mulheres) mortíferos que lembra a série 007, entre outras referências. Desta vez, Nova York
foi poupada da destruição: a sequência-chave da correria faz
Paris de vítima (mas foi rodada
na República Tcheca).
Há um bocado de inteligência tecnológica, traduzida no
uso de efeitos visuais que aproximam as cenas de ação da lógica espacial do videogame, mas
pouca inteligência dramatúrgica, com viradas incríveis de
comportamento, certo nonsense psicológico e um tosco trecho romântico encarado como
salvação da trama.
A turma de G. I. Joe virou
personagem de cinema, mas
continua a agir como "figuras
de ação".
G.I. JOE - A ORIGEM DE COBRA
Direção: Stephen Sommers
Produção: EUA, 2009
Com: Dennis Quaid, Channing Tatum e Siena Miller
Onde: a partir de hoje nos cines Jardim Sul, Metrô Santa Cruz e circuito
Classificação: 14 anos
Avaliação: regular
Texto Anterior: Cinema/Estreia/"Marido por Acaso": Longa fracassa ao querer seguir passos de "Sex and the City" Próximo Texto: Cinema/Crítica/ "A Vida Secreta das Abelhas": "Filme de mulher" desliza no politicamente correto Índice
|