São Paulo, sexta, 7 de agosto de 1998

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40 anos de Michael, Prince e Madonna


Nomes hegemônicos na década de 80, três artistas norte-americanos chegam à quinta década de vida exilados do centro das atenções do cenário pop


PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

Figuras hegemônicas do pop dos anos 80, Madonna e Michael Jackson completam 40 anos até o fim deste mês -ela no dia 16, ele no dia 29. Prince, a terceira ponta do triângulo de vaidades dos 80, fez 40 em 7 de junho passado.
Desenvolvendo carreiras sempre de alguma maneira paralelas (leia quadro à esquerda), em maior ou menor grau, todos lutam para não perder popularidade e cifras de vendas -e todos perdem.
Madonna permanece a mais diplomática na relação com o público. O calmo "Ray of Light", lançado em março, vendeu 3 milhões de cópias em cinco dias. Mas ela, agora mãe e avessa às polêmicas que guiaram sua carreira, já não conduz comportamentos nem dita modas. Hoje há as Spice Girls.
Michael Jackson, sumido da indústria de discos desde maio de 97, tem de equalizar os abalos que acusações de abuso sexual provocaram em sua carreira. O CD de remixes "Blood on the Dance Floor" (97) teve repercussão nula, e a imprensa ventilou rumores de que ele estaria "quebrado" financeiramente.
Prince, sempre o menos "popular" dos três, é o que enfrenta as mais dramáticas quedas de vendagem. Divorciado da Warner, em que passou os primeiros 18 anos de carreira, optou pela produção independente.
Lançou, há um ano, o CD quádruplo "Crystal Ball" -três CDs de faixas inéditas, recolhidas ao longo da carreira, mais um acústico inédito (e, em edições posteriores, acrescido de mais um CD-bônus instrumental). É experiência inédita: o pacote não foi às lojas, sendo vendido apenas pela Internet, por US$ 50.
O resultado? Com 100 mil pedidos antecipados, arrecadou US$ 5 milhões, dos quais reteve 90%. Madonna, que recebe 25% da renda de cada CD, precisou vender 1,8 milhão de cópias de "Ray of Light" para chegar à mesma cifra.
"Crystal Ball" oscila agora entre as 250 mil cópias vendidas -mais de US$ 11 milhões no bolso de Prince, nada desprezível para um artista "em decadência".
No mais, se Michael Jackson continua sumido e cogita reformar seu grupo de origem, Jackson 5, para contornar as dificuldades, Prince acaba de lançar o inédito "New Power Soul", também por sua gravadora, NPG, mas distribuído pela major BMG.
Seja como for, a guerra agora parece se resumir ao esforço por (continuar a) ganhar dinheiro. Parece passado o tempo em que Michael, Madonna e Prince disputavam a coroa de dono do mundo.



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