São Paulo, segunda, 7 de setembro de 1998

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REPERCUSSÃO

Steven Spielberg, cineasta americano - "Ele era o Shakespeare visual de nosso tempo. Estou profundamente triste com a morte de Kurosawa, mas o que me encoraja é que ele é o único diretor que até o fim de sua vida fez filmes que foram ou serão reconhecidos como clássicos."

Fernando "Pino" Solanas, cineasta argentino - "Um exemplo clássico é o seu filme "Rashomon', em que conta a mesma história de vários ângulos diferentes. Isso fez escola e foi copiado em vários lugares."

Carla Camurati, cineasta - "Ele fez um dos cinemas mais lindos que já vi, desenhava lindamente, fazia imagens de seus desenhos. Eu gostava das suas cores."

Tata Amaral, cineasta - "Ele foi o responsável pela divulgação do cinema japonês pelo mundo. Não me influenciou, mas era um dos cineastas que sabia trabalhar com o trágico. Nunca vou me esquecer de "Anatomia do Medo', que ficou um ano em cartaz no Cine Marachá."

Ruy Guerra, cineasta - "Foi por meio dele que eu conheci o cinema japonês. O Kurosawa fez filmes lindos como "Os Sete Samurais' e "Kagemusha'. Para mim, no panteão dos grandes cineastas mundiais, estão o Orson Welles, o Ingmar Bergman e o Akira Kurosawa."

Carlos Reichenbach, cineasta - "Era o mais americano dos cineastas japoneses. Tem filmes marcantes, muitos inspirados na cultura ocidental. Ele conseguia transportar os temas para o universo japonês. De todos os japoneses, foi o mais importante para a descoberta do Japão. Conseguiu fazer o cinema japonês ficar universal, falando com um público que não era oriental."

Norma Bengell, atriz e cineasta - "O Kurosawa era um gênio. Acho que, de certa forma, o Akira era injustiçado e incompreendido no Japão como o Glauber (Rocha) foi aqui no Brasil. É uma pena, vão ficar no mundo só aqueles que não ousam desafiar o sistema."

Guilherme de Almeida Prado, cineasta - "Fico triste porque, de certo modo, é como se fosse o fim de uma era superbonita do cinema japonês. Ele e o Mizogushi foram os cineastas que mais representaram a cultura japonesa. Kurosawa traduziu-a de modo que ela pudesse ser reconhecida em outros países."

Fábio Barreto, cineasta - "O cinema japonês, com seus samurais, aproxima-se do cinema do cangaço brasileiro. O chapéu do samurai e do cangaceiro são iguais. Ele me influenciou, especialmente o filme "Dodeskaden', que para mim é o maior de toda a sua obra. Ele furava as barreiras que existem entre o Ocidente e o Oriente."




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