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FESTIVAL RIO 99
"Tudo Sobre Minha Mãe", de Almodóvar, e "A Bruxa de Blair" são atrações da mostra
Evento reunirá mais de 400 filmes
da Sucursal do Rio
Com atrações como um inédito
de John Cassavetes no Brasil -
"Assim Falou o Amor" (1971)- e
o premiado "Tudo Sobre Minha
Mãe", de Almodóvar (melhor diretor em Cannes neste ano), um
festival de cinema criado a partir
da junção de duas mostras tradicionais vai ocupar 30 salas de cinema do Rio na segunda quinzena deste mês.
Fruto do cruzamento dos extintos RioCine Festival e da MostraRio, o Festival Rio 99 vai exibir
mais de 400 filmes do mundo inteiro entre os dias 16 e 30.
O festival está dividido em mais
de 20 mostras. A principal é "Panorama do Cinema Mundial", dedicada a diretores consagrados,
que traz, entre outros programas,
"Tudo Sobre Minha Mãe" (Pedro
Almodóvar), "My Name Is Joe"
(Ken Loach) e "A Fortuna de
Cookie" (Robert Altman).
Na mostra "Expectativa 99",
destinada a novos cineastas, o
destaque é o mais recente fenômeno do cinema independente
dos EUA, "A Bruxa de Blair" (The
Blair Witch Project), de Daniel
Myrick e Eduardo Sanchez.
Em "Première Brasil", o público
poderá conferir novas produções
nacionais, como "Mauá, o Imperador e o Rei", de Sérgio Rezende,
e "Dois Córregos", de Carlos Reichenbach.
Os organizadores do evento
ainda não fecharam a lista de convidados internacionais, mas está
quase certa a vinda da atriz Gena
Rowlands, viúva de Cassavetes,
homenageado com uma retrospectiva.
Realismo fantástico
Um dos trunfos do Festival do
Rio 99 é o elogiado "Ninguém Escreve ao Coronel", do mexicano
Arturo Ripstein.
O filme é baseado em livro homônimo do colombiano Gabriel
García Márquez. A adaptação não
é a primeira homenagem que
Ripstein presta ao realismo fantástico em sua carreira. Seu "O
Império da Fortuna" (1986) baseia-se num texto do escritor mexicano Juan Rulfo (1918-86): "O
Galo de Ouro".
Ripstein, que chegou a ser classificado pelo escritor Bioy Casares
como um de seus "cineastas favoritos", não poderá vir ao Brasil para o festival, mas participará de
uma videoconferência.
O mexicano chama "Ninguém
Escreve ao Coronel" de "minha
novela". "Era tão minha como era
de Gabriel García Márquez. Formava, como para tantos outros,
parte de meu acervo familiar, íntimo, privado", conta o diretor, em
texto que acompanha o material
de divulgação do filme.
Ripstein adaptou a novela para
seu país e seus "odores e sabores
de infância: os pequenos povos ribeirinhos dos anos 40".
(RONALDO SOARES)
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