São Paulo, Terça-feira, 07 de Setembro de 1999
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FESTIVAL RIO 99
"Tudo Sobre Minha Mãe", de Almodóvar, e "A Bruxa de Blair" são atrações da mostra
Evento reunirá mais de 400 filmes

da Sucursal do Rio

Com atrações como um inédito de John Cassavetes no Brasil - "Assim Falou o Amor" (1971)- e o premiado "Tudo Sobre Minha Mãe", de Almodóvar (melhor diretor em Cannes neste ano), um festival de cinema criado a partir da junção de duas mostras tradicionais vai ocupar 30 salas de cinema do Rio na segunda quinzena deste mês.
Fruto do cruzamento dos extintos RioCine Festival e da MostraRio, o Festival Rio 99 vai exibir mais de 400 filmes do mundo inteiro entre os dias 16 e 30.
O festival está dividido em mais de 20 mostras. A principal é "Panorama do Cinema Mundial", dedicada a diretores consagrados, que traz, entre outros programas, "Tudo Sobre Minha Mãe" (Pedro Almodóvar), "My Name Is Joe" (Ken Loach) e "A Fortuna de Cookie" (Robert Altman).
Na mostra "Expectativa 99", destinada a novos cineastas, o destaque é o mais recente fenômeno do cinema independente dos EUA, "A Bruxa de Blair" (The Blair Witch Project), de Daniel Myrick e Eduardo Sanchez.
Em "Première Brasil", o público poderá conferir novas produções nacionais, como "Mauá, o Imperador e o Rei", de Sérgio Rezende, e "Dois Córregos", de Carlos Reichenbach.
Os organizadores do evento ainda não fecharam a lista de convidados internacionais, mas está quase certa a vinda da atriz Gena Rowlands, viúva de Cassavetes, homenageado com uma retrospectiva.

Realismo fantástico
Um dos trunfos do Festival do Rio 99 é o elogiado "Ninguém Escreve ao Coronel", do mexicano Arturo Ripstein.
O filme é baseado em livro homônimo do colombiano Gabriel García Márquez. A adaptação não é a primeira homenagem que Ripstein presta ao realismo fantástico em sua carreira. Seu "O Império da Fortuna" (1986) baseia-se num texto do escritor mexicano Juan Rulfo (1918-86): "O Galo de Ouro".
Ripstein, que chegou a ser classificado pelo escritor Bioy Casares como um de seus "cineastas favoritos", não poderá vir ao Brasil para o festival, mas participará de uma videoconferência.
O mexicano chama "Ninguém Escreve ao Coronel" de "minha novela". "Era tão minha como era de Gabriel García Márquez. Formava, como para tantos outros, parte de meu acervo familiar, íntimo, privado", conta o diretor, em texto que acompanha o material de divulgação do filme.
Ripstein adaptou a novela para seu país e seus "odores e sabores de infância: os pequenos povos ribeirinhos dos anos 40".
(RONALDO SOARES)


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