São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filho de John e Yoko faz apresentações como artista solo pela primeira vez no país
Sean Lennon faz do Brasil seu laboratório musical

Associated Press
Sean Lennon, que mostrará canções inéditas em SP, ao abrir o show do Sonic Youth, no Free Jazz


MARCELO VALLETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Uau...", limita-se a dizer Sean Lennon, 24, ao saber que os ingressos para a noite do Free Jazz Festival em que se apresenta, em São Paulo, no próximo dia 20, estão esgotados. Ele faz a abertura do show do Sonic Youth.
Filho do ex-beatle John Lennon com Yoko Ono, Sean se apresenta no Brasil pela primeira vez como artista solo -já tocou em São Paulo em 98, como baixista do grupo norte-americano/japonês Cibo Matto.
Sem fazer shows há algum tempo -seu único disco solo, "Into the Sun", saiu em 98-, diz que as apresentações no Brasil serão um teste para as novas canções, que devem entrar no próximo disco, a ser gravado em janeiro de 2001.
"A maior parte do show será de canções novas, que ainda não foram tocadas ao vivo", diz à Folha, por telefone, de Nova York. "Estou trabalhando em cerca de 20 músicas e quero tocá-las ao vivo antes de gravá-las para entendê-las melhor."
Após os shows no Brasil -ele toca ainda no Rio, dia 19-, Sean apresenta-se em Buenos Aires.
Tocar na noite do Sonic Youth, uma das bandas mais importantes do rock independente dos EUA, não será novidade para Sean. Ele já excursionou com o quarteto três vezes. "Eles são muito legais e estão felizes por tocar no Brasil pela primeira vez", diz.
Diferentemente de seu meio-irmão, Julian Lennon, também músico, Sean afasta-se do pop tradicional e da herança musical do pai. Influenciado pela cena independente de Nova York e pela música brasileira, Sean, que já dividiu o palco com artistas como Beck e Butthole Surfers, envereda também pelo jazz e rock pesado.
Fã declarado de Tom Jobim e João Gilberto -a gravação de "Águas de Março" pelo Cibo Matto, em 97, estimulou-o a ouvir bossa nova-, ele, que tem colaborado com artistas brasileiros, espera ter tempo para ver o show de João Donato no Free Jazz.
Só neste ano, Sean já participou de um álbum de remixes das músicas de "Com Defeito de Fabricação", de Tom Zé, cantou no disco novo do Soulfly, banda de Max Cavalera, e fez desenhos para o CD "Tecnicolor", dos Mutantes.
"Em cada caso aconteceu uma coisa diferente", diz, explicando que foi convidado para participar dos projetos de Tom Zé e dos Mutantes por ser um notório fã do tropicalismo. A participação em "Primitive", do Soulfly, foi casual. "Encontrei Max numa turnê na Austrália", conta. A música que compuseram e gravaram juntos, "Son Song", é dedicada aos pais de ambos, mortos quando eles eram crianças.


Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: Yoko Ono se reconcilia com sua história
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.