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CINEMA
Atriz, que interpreta a heroína da saga de Tarantino, diz que excesso de sangue é "expressão criativa" do diretor
"Violência é coisa de Quentin", diz Thurman
DO "INDEPENDENT"
Leia abaixo a continuação da
entrevista com Uma Thurman,
atriz de "Kill Bill - Vol. 2", que estréia amanhã no Brasil.
A jornalista dinamarquesa pergunta se amor e ódio são dois lados da mesma moeda. "Muita
gente acredita nisso", diz Uma.
"Não tenho certeza, mas acredito
que quando as pessoas se afetam
profundamente, ocorre algo precioso que precisa ser cultivado."
"Você já sentiu desejo de vingança?", pergunta a dinamarquesa. "Não. Pelo menos não fisicamente." Mas e emocionalmente?
"Já senti raiva. Vingança é basicamente raiva dramatizada, e certamente já senti raiva." A aspereza
da resposta é um mau sinal, e por
isso pergunto se ela se machucou
nas filmagens de "Kill Bill". "Sim,
muitas vezes. O tempo todo", ri.
Ela faria outro filme de ação como esse? "Não consigo imaginar
nem que Quentin volte a fazer um
filme da mesma maneira. Mas
sinto que tive de aprender um determinado tipo de coordenação
que pode ser reativada, e por isso,
quem sabe? Gostaria de interpretar outra personagem realmente
forte, mas ela não precisa necessariamente ser uma boxeadora."
"Não gosto de violência realista", diz Uma. "Na verdade, não
gosto de violência, ponto. A violência é coisa de Quentin. Não o
acompanho nisso. Mas creio que
a maneira pela qual ele executa a
violência é cômica, criativa, dramática e brincalhona, e não provocante de uma maneira horrendamente realista. É claramente
uma forma de expressão criativa.
Se você estudar a seqüência na
Casa das Folhas Azuis, em "Kill
Bill - Vol. 1", a razão pela qual ele
desejava dar-lhe um ar absurdo,
de ópera, era o fato de que, fosse a
cena menos ridícula, se tornaria
perturbadora."
O que torna sua relação com Tarantino tão especial, pergunto, de
maneira hesitante. "Não sei", ela
dá de ombros. "Creio que seja
parte acidente, parte conexão.
Não sei porque terminamos juntos em uma aventura tão grande,
mas já colaboramos em três filmes, e isso é muito. Aconteceu no
passado, há outras relações como
essa entre diretores e atrizes", ela
diz, sem completar a frase, permitindo que nós preenchamos as lacunas -Marlene Dietrich e Josef
von Sternberg, Alfred Hitchcock e
Ingrid Bergman, as informações
constam do pacote para a imprensa, e Uma está cansada de
responder a essa pergunta.
Pergunto se vai haver um "Kill
Bill 3", já que o final do segundo
filme deixa muita oportunidade
para uma seqüência. "Não há planos para um Kill Bill 3", ela responde, com uma risada irritada.
Tradução de Paulo Migliacci
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