DA REPORTAGEM LOCAL

"Este ano organizamos a edição mais madura do festival", afirma André Fischer, o criador e organizador do Mix Brasil. Isso já é exemplificado no filme de abertura do evento, "A Família de Félix", dos diretores franceses Olivier Ducastel e Jacques Martineau, que ganharam o prêmio especial do júri do Teddy Bear de Berlim.
O filme traça a história de Félix, personagem soropositivo que, após a morte da mãe, atravessa a França a pé em busca do pai em Marselha. No caminho, encontra pessoas com quem mantém relações como se fossem sua família.
"Pela primeira vez, programadores do mundo todo vêm acompanhar o Mix, o que significa que estamos no mesmo nível dos festivais de San Francisco e Nova York", diz Fischer. O festival, que tem início em São Paulo, segue depois para o Rio, Porto Alegre, Brasília e Recife.
A Mostra Competitiva, que apresenta dez trabalhos nacionais, terá como júri a cantora Marina Lima, o diretor de "Studio 54", Mark Christopher, e o jornalista Luis Carlos Merten.
Uma das sessões mais concorridas deve ser o Show do Gongo, em que são exibidos vídeos caseiros escritos até cinco minutos antes de começar a competição. Só pode vencer a sessão quem não for gongado pela platéia. Ela ocorre na segunda, dia 13, no MIS, e mais uma vez é apresentada pela atriz Marisa Orth.
Outro destaque é o filme "Olympia" (1938), de Leni Riefenstahl, que será exibido no sábado. A produção é considerada o apogeu estético do nazismo, ao retratar os corpos ideais na Olimpíada de Berlim, em 1936. Apesar de Hitler ter proibido as organizações homossexuais, parte de seu comando era composto por gays, depois também banidos do sistema. Entretanto é interessante voltar ao tema hoje em dia, quando o culto ao corpo é característica da cultura gay. Para ter a programação completa, é só acessar o site www.mixbrasil.com.br. (FCY)


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