São Paulo, sábado, 7 de novembro de 1998

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Corrupção feriu credibilidade

da Reportagem Local

O comércio das indulgências (perdão dos pecados oferecido pelo papado) praticado por muitos papas, mas levado a extremos por Leão 10º (1513-1521), conduziu a Igreja Católica a uma de suas maiores crises ao usar a venda de indulgências para sustentar seus principais desejos, como a reconstrução da basílica de são Pedro.
Leão 10º era filho de Lorenzo, o Magnífico, o maior mecenas do renascimento e principal governante da família florentina Medici.
Em 1517, Martinho Lutero, um monge professor de teologia da universidade alemã de Wittenberg, propôs um debate sobre a fraude das indulgências, até então pouco questionada, e publicou suas "Noventa e Cinco Teses", onde condena tal comércio. As idéias do monge se espalharam rapidamente, graças à recente tecnologia da imprensa, e foram bem recebidas em grande parte da Europa.
Leão 10º tentou calá-lo. Em 1520, publicou uma bula condenando os ensinamentos do monge. Lutero a queimou e disse ainda que seria necessário queimar também o papa. Leão 10º o excomungou, mas havia mais de um século o clero alemão era hostil ao papado romano, e Lutero continuou sua pregação, que culminou na formação de um vastíssimo território protestante no norte da Europa.
Lutero não foi o primeiro a condenar a corrupção dos Medici em Florença. No final do século 15, o dominicano Savonarola condenou a vaidade do papado e identificou o papa Alexandre 6º como anticristo. Teve grande repercussão, mas acabou excomungado, enforcado e queimado em 1498. (CF)


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