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CHICO SCIENCE
Delegado ainda não sabe se veículo do cantor bateu no outro automóvel, ou se aconteceu o contrário
Polícia procura carro envolvido em colisão
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
O delegado Paulo Barbosa, que
investiga o acidente em que morreu o cantor Chico Science, domingo à noite, em Olinda, disse
ontem que o motorista do automóvel que colidiu com o do artista
cometeu pelo menos dois crimes.
``Um de homicídio culposo, se
tiver sido cometido sem intenção,
e o outro de omissão de socorro.''
Perícia feita pelo IC (Instituto de
Criminalística) do Estado constatou que houve a colisão.
Vestígios de tinta azulada foram
encontrados na traseira do Fiat
Uno (de cor branca) que vinha
sendo dirigido por Science. Os
exames mostraram que a tinta era
de outro veículo.
A perícia não constatou, porém,
se o carro de Science bateu no outro automóvel, ou se aconteceu o
contrário.
O cantor estava dirigindo a uma
velocidade superior a 110 km/h,
segundo os peritos.
A causa da morte de Science foi
traumatismo craniano.
O delegado Barbosa disse que,
após o Carnaval, fará a reconstituição do acidente.
A prioridade da polícia, disse o
delegado, é encontrar o outro automóvel envolvido no acidente.
A irmã de Chico Science, Gorete
França, criticou ontem ``o equipamento de segurança'' da Fiat e disse que a família está aguardando o
laudo oficial da perícia para processar a empresa.
O cinto de segurança (que estava
sendo usado pelo cantor) partiu-se no momento do choque. O
diretor do IC, Joseíldo de Souza,
disse que o teto do automóvel
amassou e isso teria causado o
traumatismo craniano. Mesmo
que o cinto não tivesse arrebentado, afirmou, o choque seria suficiente para causar a morte.
Fiat
A assessoria da Fiat Automóveis
S/A informou ontem, em Betim
(região metropolitana de Belo Horizonte), que a empresa não se manifestará antes da divulgação do
laudo pericial.
Antes de se pronunciar, os técnicos da empresa querem detalhes
sobre os danos provocados à peça
que segura o cinto de segurança. A
possibilidade de uma perícia feita
pelos técnicos não foi descartada.
Segundo a assessoria, a função
do cinto de segurança é evitar os
danos provocados por um choque
frontal.
Quanto ao projeto de segurança
do Uno Mille, a empresa divulgou
que o automóvel passou por testes
de destruição nos laboratórios da
Fiat na Itália, simulando condições diversas de velocidade e desaceleração.
O veículo atenderia ainda às especificações nacionais e internacionais de segurança para o motorista e os passageiros.
Colaborou Carlos Henrique Santiago, da
Agência Folha, em Belo Horizonte.
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