São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997.

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Obra renega os princípios minimalistas

da Reportagem Local

Quando uma exposição de arte minimalista foi aberta em Londres, nos anos 60, na Tate Gallery, o crítico Michael Craig-Martin definiu assim o movimento: ``O minimalismo procura o significado da arte na experiência imediata do espectador. O objeto neutro, sem referências e sem metáforas''.
Não por acaso foi esse o texto escolhido para estar no encarte do CD ``Minimalist'', lançado pelo selo Virgin em 1994, que reunia trabalhos de John Adams, Philip Glass, Steve Reich e Dave Heath.
Com ``Heroes Symphony'', seu novo trabalho, Philip Glass continua com seu desejo de tomar distância do resto do grupo e renegar um preceito básico. Dessa vez o que mais há são as referências.
A ``Trilogia de Berlim'' foi realizada por David Bowie e Brian Eno quando, segundo notícias dos anos 70, os dois músicos estava viciados em heroína e não havia lugar mais depressivo no mundo do que a cidade alemã.
A versão de Glass nasceu para um balé da coreógrafa americana Twyla Tharp.
Nesse trabalho, regido pelo maestro Dennis Russel, da American Composers Orchestra, Glass escolhe seis canções para, como ele mesmo diz, retrabalhar suas melodias.
Ao contrário de Adams, que permanece fiel aos seus princípios (como em ``Harmonielehre), ou Reich (que agora prepara uma ópera sobre a tragédia do dirigível Hindenburg), Glass, definitivamente, quer extrapolar seu meio.

Disco: Heroes Symphony
Compositor: Philip Glass Lançamento: Point Music Quanto: R$ 24, em média


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