São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

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Música

Clubes recebem Mathew Jonson e Ben Klock

Canadense se apresenta hoje, no Clash; alemão toca amanhã, no Vegas, em SP

Enquanto o tecno de Jonson remete ao jazz e à música clássica, Klock tenta trazer ao país o clima do superclube Berghain

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um quer levar para a pista as influências que remetem do jazz à música clássica. O outro tenta transportar para São Paulo a atmosfera que ele proporciona em sua terra natal.
O primeiro, o canadense Mathew Jonson, se apresenta hoje em São Paulo, no clube Clash. O segundo, o alemão Ben Klock, toca amanhã, no Vegas.
Jonson, que já esteve algumas vezes no Brasil, não se apresenta como DJ, mas como produtor (toca suas músicas ao vivo). Além de seu trabalho solo, o canadense integra a banda Cobblestone Jazz, dona de alguns hits como "Dump Truck" e "India in Me". No ano passado, o trio arrancou elogios com o disco "23 Seconds".
Filho de pai que estudava música, Jonson começou a mexer em instrumentos eletrônicos quando tinha dez anos.
As aulas de piano que teve quando adolescente e o interesse por música clássica e jazz o diferenciam como produtor de eletrônica.
"Claro que escrevo música que faz as pessoas dançarem", diz à Folha, "mas isso é só uma parte do meu trabalho".
"Sei ler música, estudei piano clássico, conheço percussão, bateria de jazz... Isso certamente me faz olhar para a eletrônica de forma diferente. Em vez de programar uma linha de baixo no computador, eu mesmo a toco."
Sua música reúne elementos jazzísticos, da house e do tecno clássicos, com melodias bem trabalhadas por sintetizadores e teclados. Entre suas faixas mais conhecidas, está "Alpine Rocket", produzida junto com o chileno Luciano.
Jonson cita algumas diferenças entre as produções próprias e as feitas com o Cobblestone Jazz (www.myspace.com/cobblestonejazzmathewjonson).
"Com a banda, não temos o propósito de tocar sempre num clube. É música que pode ser ouvida em casa, no carro, e há idéias vindo de outras duas pessoas. Em meu trabalho solo posso experimentar mais as minhas próprias idéias, e há um pouco mais de espaço para as músicas de pista".
Com tanto tempo na estrada, Mathew Jonson consegue manter suas músicas no setlist de Sven Vath, Richie Hawtin, Ricardo Villalobos e outros DJs de ponta. O segredo?
"Tento ser o mais honesto possível. Faço o que acho que está na minha cabeça, em vez de fazer o que está na moda. Muitas das minhas músicas nem toco no meu set", conta. "E quanto mais velho eu fico, mais tenho liberdade de lançar apenas aquilo que gosto."
Em poucos meses, o canadense planeja colocar nas lojas um disco ao vivo. No fim do ano, pretende lançar mais um disco de estúdio.

De Berlim a São Paulo
O alemão Ben Klock é DJ há dez anos. Há três, sua carreira deslanchou. Motivo: tornou-se o residente do Berghain, meca do tecno de Berlim e um dos principais clubes do mundo.
Ele fala sobre o sucesso do clube: "É uma combinação de fatores. O lugar é incrível, um prédio industrial enorme. O soundsystem é o melhor que eu já vi. E tem uma atmosfera singular. Não importa se você chegou ao clube às 2h ou às 11h, a festa sempre vai continuar."
"Vou tentar trazer um pouco do clube para São Paulo. Bem, pelo menos a música."


SERVIÇO MATHEW JONSON
Quando:
hoje, a partir das 24h
Outros DJs da noite: Mau Mau e Pil Marques
Onde: Clash (r. Barra Funda, 969, Barra Funda, São Paulo; tel. 3661-1500)
Quanto: de R$ 25 a R$ 40 (mulher entra de graça até 1h)

BEN KLOCK
Quando:
amanhã, a partir das 24h
Outros DJs da noite: Magal
Onde: Vegas (r. Augusta, 765, Consolação, São Paulo; tel. 0/xx/11/3231-3705)
Quanto: de R$ 25 (com nome na lista) a R$ 35


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