DA REDAÇÃO

Na esteira do crescente interesse por publicações relacionadas à gastronomia -o que já levou à inauguração em São Paulo de uma livraria especializada no assunto, a Mille Foglie-, a Bienal do Livro também terá obras protagonizadas por talheres, pratos e sabores entre seus lançamentos.
O evento, que tem início na próxima quinta-feira no Centro de Exposições Imigrantes, destaca de esperadas reedições -como a do clássico "História da Alimentação no Brasil", de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), há 20 anos fora das prateleiras- a novidades como "Comida - Uma História", do historiador britânico Felipe Fernández-Armesto.
Na elogiada pesquisa sobre o papel da alimentação nas sociedades, Fernández-Armesto registra, entre diversos exemplos, a influência de pratos mexicanos sobre a cultura do Texas e os ritos de magia que adotam a comida como elemento principal.
Também na trilha dos lançamentos da Bienal voltados à análise histórica, dois livros se debruçam sobre dois componentes básicos da alimentação: o sal e o pão.
O escritor e ex-chef de cozinha Mark Kurlansky se ocupa do primeiro em "Sal: Uma História do Mundo", que compila as marcas deixadas pelo cloreto de sódio na civilização -chegou a valer como moeda à época do Império Romano, daí a palavra salário. "Seis Mil Anos de Pão", de Heinrich Eduard Jacob, narra a importância do alimento que se tornou seu próprio sinônimo. O autor vai até Egito (onde o pão orientava a vida administrativa), Grécia (a população cultuava-o em um templo) e Oriente Médio (em que se transformou na representação do corpo de Jesus Cristo).
"Os Sabores da América", da socióloga Rosa Belluzzo, reúne informações históricas sobre os paladares mexicanos, caribenhos e antilhanos e tempera com receitas típicas dessas regiões, caracterizadas pela confluência de heranças européias e francesas e a tradição de povos maias e astecas.
Organizado por Luiz Horta, "O Melhor da Gastronomia e do Bem Viver" compila artigos sobre a mesa de, entre outros, João Ubaldo Ribeiro, Ed Motta e os colunistas da Folha Nina Horta e Josimar Melo.


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