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ENTRELINHAS
A Queda da Bastilha
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha pelo barateamento do livro brasileiro,
para alguns um dos nós da massificação do mercado, teve um
episódio importante nesta semana. Uma das maiores redes
livreiras do mundo, a francesa
Fnac, entrou na batalha, com
seu braço local.
O diretor-geral da empresa no
Brasil, o francês Pierre Courty,
entregou no apagar das luzes de
quinta-feira um documento para o ministro Gilberto Gil pedindo empenho do governo na redução dos preços da livralhada.
Na carta, solicitou que o ministro lutasse por mais incentivos fiscais ou pelo estímulo do
livro de bolso. Courty disse que
os preços eram "proibitivos" para o mercado. Gil concordou.
A Fnac também anunciou ao
ministro um projeto de estímulo da literatura nacional na
França em 2005, ano em que o
Brasil receberá homenagens dos
nativos. A rede, que inaugura na
quinta-feira sua quinta loja no
Brasil, com 3.000 m2, em Curitiba (uma loja em Brasília vem aí
em julho), pretende levar autores para eventos na França.
PARATI BLUES
Como diria o colega José Simão, "buemba, buemba". Mudanças de peso no evento mais
badalado da literatura no Brasil, a Festa Literária Internacional de Parati (Flip). Susan Sontag não vem mais. Está gripada. Em seu lugar, entra o "enfant terrible" Martin Amis,
principal nome, com Ian McEwan (também na Flip), da renovação da literatura inglesa a
partir dos anos 80.
ESTAÇÃO FUVEST
Seis títulos de leitura obrigatória para a Fuvest começaram
a ser incluídos ontem nas máquinas de vendas de livros da
empresa 24x7 em metrôs de
SP. "Memórias Póstumas de
Brás Cubas", "Memórias de
um Sargento de Milícias",
"Macunaíma", "O Primo Basílio", "Poemas Completos de
Alberto Caeiro" e "Sagarana"
SUPERÁVIT
A balança comercial literária
brasileira registrou nos últimos
dias movimentações pouco ortodoxas. Exportamos para Sérvia e Montenegro e para a Albânia. Para a primeira, negociamos "Budapeste", de Chico
Buarque. Para o antigo rincão
comunista foi o indefectível "11
Minutos", de Paulo Coelho.
ZÔO
"Bichos que Existem & Bichos que Não Existem" estão
existindo (e não existindo)
muito bem no exterior também. O livro do articulista da
Folha Arthur Nestrovski e da
ilustradora Maria Eugênia, dono do Jabuti de Livro do Ano,
em 2003, entrou para o principal catálogo de obras infantis
do mundo, o White Ravens.
MY ROMANCE
Pesquisa da empresa americana Ipsos BookTrends, publicada na última "Publishers
Weekly", mostra que o romance vai bem, thanks, nos EUA. O
gênero tem 19% do mercadão,
estimado em 1,20 bilhão de volumes em 2003. Fica na frente
de ficção geral, mistério, infantis, biografias, culinária, história e até dietas/fitness.
@ - elek@folhasp.com.br
FORA DA ESTANTE
A jazida recém-encontrada pelas editoras Rocco e José Olympio, com os lançamentos comentados hoje na
capa da Ilustrada, é cheia de
"pepitas" nunca exploradas
no Brasil. Quase todos os
grandes romances de faroeste da história são inéditos
por aqui. "Shane", Jack
Schaefer (1949), é um desses
unânimes nas listas "os melhores westerns de todos os
tempos" sem edição no país,
mesmo tendo sua adaptação
para o cinema, "Os Brutos
Também Amam" (George
Stevens, 1953) -tema de livro de ensaio de Paulo Perdigão-, muito difundida
nas telonas (e agora DVDs).
Resta saber se os atuais lançamentos darão início a uma
"corrida do ouro".
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