VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há 37 edições é assim: as artes cênicas não perdem de vista o horizonte social, muito antes da pendenga sobre a contrapartida.
O Festival Internacional de Londrina, o Filo, realiza ao longo deste maio 14 projetos comunitários voltados para presidiários, pessoas com necessidades especiais, crianças órfãs, idosos e até palhaços que atuam em hospitais.
Paralela a essa filosofia, o evento da cidade do norte paranaense (que faz 70 anos em dezembro) agrega atrações artísticas que entornam o caldo cultural. São 32 espetáculos nacionais (19 fora de Londrina) e 12 internacionais.
A abertura do Filo estava programada para ontem à noite, no teatro Ouro Verde, com o espetáculo "Pequeno Sonho em Vermelho", da companhia Linhas Aéreas (SP), texto do escritor Fernando Bonassi, colunista da Folha, com direção de Francisco Medeiros. A peça volta a ser apresentada hoje.
Neste final de semana, a programação traz ainda "Cãocoisa e a Coisa Homem", com o curitibano Ateliê de Criação Teatral (ACT), do ator Luís Melo, e "Sonho de Voar", com o grupo paulistano XPTO.
Lume, Denise Stoklos, Lia Rodrigues Cia. de Danças, Parlapatões, Pia Fraus, Cemitério de Automóveis, cia. do Feijão e o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo estão entre as demais atrações nacionais.
Do exterior, vêm os canadenses da Cia. Dulcinea Langfelder, os ingleses do Architects of Air, os argentinos do Periféricos de Objetos e do La Bohemia, os colombianos do Teatro Petra, os tchecos do Karromato, entre outros.
Ao todo, serão 86 apresentações, fora as intervenções ao ar livre. A edição é orçada em R$ 1,5 milhão. A organização estima que o evento neste ano atinja 100 mil espectadores.
O Filo nasceu em 1968, como festival dos grupos universitários. Foi encampado pela Universidade Estadual de Londrina em 1971. Tornou-se internacional em 1988 e amadureceu acolhendo panoramas estéticos e reflexivos da cena contemporânea.