São Paulo, segunda, 8 de setembro de 1997.



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É DE CHORAR
"Ed Mort" é um besteirol insosso Personagem é como Macunaíma: chato

MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas

Quando "Ed Mort" estreou nos cinemas este ano, foi motivo de debates de páginas inteiras de crítica de cinema no jornal. O cerne da discussão era ver se o personagem seria uma espécie de neoanti-herói brasileiro. Uma espécie de outro chato Macunaíma, só que travestido de detetive.
Impossível entender por que tanto barulho por nada -ou por tanta idiotice. Ed Mort -personagem e filme- não é nada. Os debates eram bem coisa de quem não tem mais o que fazer da vida.
Inspirado na boçalidade vazia do humor de Luis Fernando Verissimo, Ed Mort é um Sherlock Holmes da Baixada do Glicério (ou da Fluminense), um detetive pobretão e trapalhão que recebe a missão de encontrar um tal Silva, desaparecido por estar com uns laudos comprometedores contra uma indústria.
Tudo indica que o filme deve ser assistido como uma comédia -uma sátira aos policiais hollywoodianos-, às gargalhadas. Mas é bem provável que você atravesse as quase duas horas de besteirol insosso sem um único esgar que lembre um sorriso.
Os atores, bons como Paulo Betti, Cláudia Abreu e Otávio Augusto, se viram para salvar esse conjunto de despropósitos mal dublado. A única coisa engraçadinha, aliás, é Cláudia Abreu ridicularizando os programas infantis da TV.
Inútil se perguntar por que o filme inclui no elenco astros da MPB como Chico Buarque e Gilberto Gil. Apelo para dar ibope, provavelmente. Mas não deu, nem na Baixada do Glicério.

Filme: Ed Mort Produção: Brasil, 1997, 102 min. Direção: Alain Fresnot Com: Paulo Betti, Cláudia Abreu Lançamento: Playarte (011/575-6996)






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