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É DE CHORAR
"Ed Mort" é um
besteirol insosso
Personagem é como Macunaíma: chato
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
Quando "Ed Mort" estreou
nos cinemas este ano, foi motivo
de debates de páginas inteiras de
crítica de cinema no jornal. O
cerne da discussão era ver se o
personagem seria uma espécie de
neoanti-herói brasileiro. Uma
espécie de outro chato Macunaíma, só que travestido de detetive.
Impossível entender por que
tanto barulho por nada -ou por
tanta idiotice. Ed Mort -personagem e filme- não é nada. Os
debates eram bem coisa de quem
não tem mais o que fazer da vida.
Inspirado na boçalidade vazia
do humor de Luis Fernando Verissimo, Ed Mort é um Sherlock
Holmes da Baixada do Glicério
(ou da Fluminense), um detetive
pobretão e trapalhão que recebe
a missão de encontrar um tal Silva, desaparecido por estar com
uns laudos comprometedores
contra uma indústria.
Tudo indica que o filme deve
ser assistido como uma comédia
-uma sátira aos policiais hollywoodianos-, às gargalhadas.
Mas é bem provável que você
atravesse as quase duas horas de
besteirol insosso sem um único
esgar que lembre um sorriso.
Os atores, bons como Paulo
Betti, Cláudia Abreu e Otávio
Augusto, se viram para salvar esse conjunto de despropósitos
mal dublado. A única coisa engraçadinha, aliás, é Cláudia
Abreu ridicularizando os programas infantis da TV.
Inútil se perguntar por que o
filme inclui no elenco astros da
MPB como Chico Buarque e Gilberto Gil. Apelo para dar ibope,
provavelmente. Mas não deu,
nem na Baixada do Glicério.
Filme: Ed Mort
Produção: Brasil, 1997, 102 min.
Direção: Alain Fresnot
Com: Paulo Betti, Cláudia Abreu
Lançamento: Playarte (011/575-6996)
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