DA REPORTAGEM LOCAL

Objetos presentes no imaginário popular brasileiro somados à luz. Essa combinação é usada pelo designer e arquiteto da luz Guinter Parschalk em 12 obras apresentadas a partir de amanhã na mostra Tecnokitsch, no Museu da Casa Brasileira.
Parschalk usa latas de manteiga, copos de pinga, embalagens de queijo e flores de plásticos em sistemas de iluminação avançados. Chamados "reflexão secundária", o sistema também funciona como uma metáfora, com a tecnologia a reboque de símbolos e materiais da cultura brasileira.
"Não deixa de ser uma bela metáfora acerca do modo como o nosso cotidiano tão áspero e violento quanto inexplicavelmente alegre continue iluminando nossas vidas, ainda que estas, mais e mais, estejam revestidas de aço e vidro, e submergindo em ambientes virtuais", disse o crítico de arte Agnaldo Farias, sobre as peças de Parschalk.
O crítico ressalta ainda que o olhar do arquiteto sobre o produto popular passa longe de qualquer lirismo. "Ao contrário, o emprego das latas de laticínios, dos copos de pinga, ocorrem pelo reconhecimento da eficácia, da excelência de um objeto cuja autoria, tanto quanto dos ditados que pertencem ao senso comum, por não pertencer a alguém em particular, pertencem a todos nós."