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Banda vai ao tecno sem deixar o pop
de Londres
O duo britânico Pet Shop Boys
chega aos 18 anos de estrada abraçando os últimos ditames da música tecno.
Isso sem abandonar o pop dançante de letras melancólicas que o
celebrizou nos anos 80.
Assim, "New York City Boy",
-cuja letra fala de um garoto de
subúrbio nova-iorquino encontrando a mágica da noite nas ruas
da cidade-, faz lembrar "West
End Girls" (1984).
O primeiro grande hit da dupla
colocava lado a lado duas realidades da cidade de Londres: o leste
dos imigrantes e da pobreza e o
oeste com seus teatros, cinemas e
garotas ricas.
"In a Denial", em que um proprietário gay de um clube noturno enfrenta as críticas da própria
filha de 19 anos (na voz de Kylie
Minogue).
Parece que estamos ouvindo o
mesmo tom de autocomiseração
de "It's a Sin", outro megahit dos
Pet Shop Boys, de 1987.
"Nightlife" é homogêneo nos
temas, que tratam da percepção
noturna do amor, da solidão e dos
problemas de relacionamento.
Musicalmente, porém, o disco é
bastante variado, com uma grande mistura de estilos.
Em alguns momentos, há a sugestão de sonoridades latinas em
outros, entram trechos de clássicos, ritmo de hip hop e até de cordas de uma guitarra roqueira em
"Boy Strange".
Chega a lembrar, em faixas como "Closer to Heaven" e "Radiophonic", as primeiras experimentações da banda irlandesa U2 com
pop dançante, ouvidas em "Achtung Baby", disco lançado no começo dos anos 90.
No geral, "Nightlife" é um disco
extremamente dançante, o que
contrasta com as letras tristes que
remontam a uma fossa de fim de
madrugada.
O próprio Neil Tennant assumiu, em entrevista recente, que
queria soar como Frank Sinatra
nos anos 50, vagando pelas primeiras horas da manhã.
(SC)
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