São Paulo, Sexta-feira, 08 de Outubro de 1999
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Banda vai ao tecno sem deixar o pop

de Londres

O duo britânico Pet Shop Boys chega aos 18 anos de estrada abraçando os últimos ditames da música tecno.
Isso sem abandonar o pop dançante de letras melancólicas que o celebrizou nos anos 80.
Assim, "New York City Boy", -cuja letra fala de um garoto de subúrbio nova-iorquino encontrando a mágica da noite nas ruas da cidade-, faz lembrar "West End Girls" (1984).
O primeiro grande hit da dupla colocava lado a lado duas realidades da cidade de Londres: o leste dos imigrantes e da pobreza e o oeste com seus teatros, cinemas e garotas ricas.
"In a Denial", em que um proprietário gay de um clube noturno enfrenta as críticas da própria filha de 19 anos (na voz de Kylie Minogue).
Parece que estamos ouvindo o mesmo tom de autocomiseração de "It's a Sin", outro megahit dos Pet Shop Boys, de 1987.
"Nightlife" é homogêneo nos temas, que tratam da percepção noturna do amor, da solidão e dos problemas de relacionamento. Musicalmente, porém, o disco é bastante variado, com uma grande mistura de estilos.
Em alguns momentos, há a sugestão de sonoridades latinas em outros, entram trechos de clássicos, ritmo de hip hop e até de cordas de uma guitarra roqueira em "Boy Strange".
Chega a lembrar, em faixas como "Closer to Heaven" e "Radiophonic", as primeiras experimentações da banda irlandesa U2 com pop dançante, ouvidas em "Achtung Baby", disco lançado no começo dos anos 90.
No geral, "Nightlife" é um disco extremamente dançante, o que contrasta com as letras tristes que remontam a uma fossa de fim de madrugada.
O próprio Neil Tennant assumiu, em entrevista recente, que queria soar como Frank Sinatra nos anos 50, vagando pelas primeiras horas da manhã. (SC)

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